A presidente Dilma Rousseff vai precisar de uma paciência chinesa nas negociações que fará em Pequim. O Brasil tem que virar o jogo - coisa quie me parece impossível - com seu maior parceiro comercial. Sim, a China ultrapassou os Estados Unidos no comércio bilateral. Só que leva ampla vantagem. Compra matéria-prima e vende produtos com valor agregado. Vende barato, é verdade. Afinal, trabalhador por lá não tem Fundo de Garantia, não recolhe Imposto de Renda, as empresas não precisam pagar INSS e por aí vai (Mas, tem emprego, saúde, escola e habitação!). Quero ver concorrer com uma economia dominada pelo Estado. Já ouviu falar em greve na China por melhores salários?
Os chineses, que deitaram e rolaram com o presidente Lula, vão experimentar o gosto amargo de uma nova política comercial com Dilma. Tô pagando pra ver. De cara, saberão, não pela boca da presidente, mas por suas posições, que o Brasil não vai reconhecer a China como um país que pratica as regras mundiais em seus negócios. Pelo contrário, a presidente vai fingir que não é com ela o cumprimento da promessa de Lula de reconhecer o país como uma economia de mercado. O que é uma atitude contradotória.
Dilma quer endurecer o jogo como se fosse o melhor caminho para o Brasil melhorar a sua posição no comércio bilateral com os chineses. Ela acha não dá só para mandar matéria-prima para lá e comprar produto acabado depois. Dilma tem uma missão complicada pela frente. Não vai encontrar a simpatia que Barack Obama, outro interessado em recuperar o espaço perdido pelos Estados Unidos nos negócios com o Brasil, teve quando passou por aqui.