O panelaço do Dia das Mulheres país afora, enquanto falava em cadeia de
rádio e televisão, parece ter traumatizado a presidente Dilma Rousseff
(PT). Tanto que ela não fez o tradicional pronunciamento do dia 1º de
maio, o Dia do Trabalho, ou melhor, o Dia do Trabalhador, como os
petistas gostam de dizer.
Agora, é a vez de a presidente Dilma
não gravar participação para o programa do PT, também em rede nacional,
que vai ao ar esta noite. Para tentar suprir a lacuna, os petistas
recorreram ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele também
resistia em aparecer no programa, mas acabou gravando.
O melhor é
a explicação que vem do Palácio do Planalto, de alguns dos
interlocutores mais próximos da presidente. Eles alegam que é hora de
preservar a sua imagem. Preservar a imagem, com as pesquisas a colocando
como a mais rejeitada presidente do país depois da redemocratização?
Outra justificativa dá a senha da estratégia palaciana: “É hora de
blindar a presidente”.
O PT vai à televisão no momento em que o
país enfrenta graves problemas econômicos. Pode estar aí a decisão da
presidente Dilma de não aparecer. E, por ironia do destino, na véspera
do programa, a Volkswagen paralisa a produção e dá férias coletivas a
mais de 8 mil operários. E onde? Em São Bernardo do Campo, berço do PT.
Até
notícias que parecem ser boas para o país escondem uma outra realidade.
Em abril, a balança comercial do Brasil mostrou que as exportações
superaram em R$ 491 milhões as importações. Só que foram mais de 23%
menores em relação ao ano passado. O superávit foi por causa da queda
das importações. É mais um efeito da recessão.
São apenas dois
exemplos que aconteceram ontem, mas suficientes para mostrar que o PT
vai à televisão sem um discurso capaz de melhorar os ânimos dos
brasileiros. Portanto, “é hora de
blindar a presidente”.