O assunto está proibido junto à base de sustentação do governo Dilma. Mesmo assim, o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, Nelson Calandra fez lobby ontem, no Congresso, para defender a inclusão do reajuste da magistratura e do Judiciário no Orçamento de 2012. O argumento de Calandra: no Senado, a Comissão de Constituição e Justiça aprovou a criação de 1,3 mil cargos para o Ministério das Relações Exteriores, a um custo anual superior de R$ 600 milhões. “A criação de mais de mil cargos é uma coisa que faz parar para pensar que o Poder Executivo parece ignorar a existência de mais de um poder dentro da Constituição Republicana e Democrática do Brasil”, afirmou Calandra. Já que o pirão é pouco, todos querem a sua farinha primeiro.
segunda-feira, 12 de março de 2012
Nega do cabelo duro
Depois de apresentar um projeto propondo proibir, no estado da Bahia, patrocínio público para artistas de pagode que cantem músicas com letras que humilhariam as mulheres, a deputada estadual baiana Luiza Maia (PT) quer que o criador da axé music Luiz Caldas converta-se ao lema politicamente correto. Casada com o prefeito de Camaçari, Luiz Caetano (PT), a deputada resolveu cortar 30% do cachê do artista, que se apresentou recentemente na cidade e cantou Fricote, letra considerada por Luiza depreciativa às mulheres negras. A assessoria de Luiz Caldas informa que ele cantou não apenas Fricote, mas os versos “nega do cabelo duro/que não gosta de pentear/ quando passa na Baixa do Tubo/ O negão começa a gritar...” pois foi uma exigência do público que assistia ao seu show. Sobre a redução do cachê, silêncio.
Dilma, enfim sozinha
Quem parou para analisar as confusões políticas da semana passada saiu com a sensação de que os aliados perderam o medo das reações iradas da presidente Dilma Rousseff. É como se eles estivessem prontos para dar “o bote”. Afinal, nada está tranquilo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, será obrigado a dar explicações ao Congresso nesta terça-feira, menos de sete dias depois de o IBGE divulgar uma queda da produção industrial de 2,1% entre dezembro de 2011 e janeiro de 2010.
Esse dado, por si só, foi mais que suficiente para dar aos líderes o sentimento de que a propalada recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) estava a pleno vapor, não aconteceu. OK, janeiro é mês de férias, tudo pode melhorar. Faz sentido. Mas, na política, ou as excelências sentem a melhoria ou lá vem confusão e das grandes.
Não pense, leitor, que os políticos vão atear fogo às próprias vestes queimando o país em nome de benefícios aqui e ali. Mas vão deixar claro à presidente Dilma que, sem eles, o governo não deslancha. É uma armadilha aqui, uma CPI ali, da mesma forma que ocorreu no período do escândalo do mensalão, que veio à tona no início do 2005, logo depois da eleição municipal.
Geisel foi mais generoso
O ex-presidente Ernesto Geisel foi mais generoso com os trabalhadores
aposentados que outros governantes: embora em plena ditadura, assinou um
decreto-lei autorizando os trabalhadores interessados em contribuir com
até o máximo de 30 salários mínimos. Assim, quando aposentassem, teriam
uma poupança digna. Um amigo optou por 20 salários mínimos e contribuíu por mais
de 30 anos, mas com o desastroso fator previdenciário do ex-presidente
FHC, as perdas passaram de 80%. Atualmente, ele não recebe nem três salários
mínimos. Seria mais correto e honesto que o governo devolvesse aos
aposentados o valor das contribuições pagas a mais ao INSS. Mesmo com a
migalha do aumento, menor que a inflação, o que ele recebe mal dá para os
remédios. Se o governo não tomar uma atitude, os aposentados devem se unir e botarem pra quebrar.
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