O que incomoda tanto a cúpula petista nesta reta final da campanha
para destilar tanto ódio e distribuir tantas agressões? “Não vamos
deixar nenhuma pena de tucano presa por aí. Vamos deixar elas
espalhadas”, discursou, em Recife, a presidente Dilma Rousseff (PT), no
papel de candidata à reeleição. Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) apelou de vez. Foi de Herodes aos nazistas para acusar os
tucanos de serem contra os nordestinos. É a tática de que uma mentira
dita mil vezes pode acabar virando verdade. Mas o eleitor brasileiro já
não é assim tão bobo.
O pior é que tudo isso aconteceu em
Pernambuco, terra do saudoso governador Eduardo Campos (PSB), morto em
queda de avião durante a campanha eleitoral. E Lula citar Herodes, não
se sabe se de propósito, é um desrespeito à família de Campos.
Uma
agressão à viúva Renata Campos e aos cinco filhos, sendo dois bebês, e
em especial a João Henrique Campos, que faz campanha para o senador
Aécio Neves (PSDB-MG) e certamente será o sucessor do pai na seara
política, porque tem talento. Falar em Herodes, que lavou as mãos e
levou João Batista e Jesus Cristo à morte, na terra de uma recém-viúva,
mãe de dois bebês, é... Melhor nem comentar.
A campanha eleitoral
mais atípica da história tomou rumos que os brasileiros não merecem. Até
porque os eleitores estão dando sinais claros de que querem mudanças na
forma de os políticos pedirem votos, em especial nas eleições
majoritárias. A desconstrução de Marina pela presidente Dilma Rousseff
(PT) acendeu o sinal amarelo na cabeça da maioria do eleitorado.
O que acontecerá até domingo, quando as urnas forem fechadas? Mais agressões ou um mínimo de civilidade política?