Em Lima, no Peru, a presidente Dilma Rousseff, na abertura da
Cúpula América do Sul – Países Árabes (Aspa), apontou o dedo para os
países ricos e pôs dentro da ferida. Acusou-os de estarem usando medidas
protecionistas e adotando uma política monetária agressiva para
enfrentar a crise econômica. Foi ainda mais longe. Disse que essa tática
é uma tentativa de transferir o problema para os países em
desenvolvimento. Para Dilma, a estratégia “exporta a crise para o resto
do mundo e não resolve os graves problemas dos países desenvolvidos”.
O
discurso é bem parecido com o que ela fez na abertura da reunião da
Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York.
Lá, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, falou em seguida,
cumprimentou alguns chefes de Estado, inclusive Dilma, pegou o chapéu e
foi cuidar de sua reeleição do outro lado do país.
Por
falar em campanha eleitoral, anteontem, em Guarulhos, quem misturou
política com economia foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT). Mais uma vez no palanque, Lula diz que “humilhou” o Fundo
Monetário Internacional (FMI) porque pagou a dívida brasileira e ainda
emprestou dinheiro ao órgão.
Fora FMI a esta altura do
campeonato? Alguém é capaz de mostrar as pichações tão numerosas décadas
atrás em algum muro da cidade? É essa a diferença da campanha eleitoral
deste ano. Enquanto tem julgamento do mensalão no Supremo Tribunal
Federal (STF), os petistas reclamam de que há um esquema maquiavélico
para fazê-lo coincidir com as eleições municipais. Quando tem
dificuldades, o PT culpa o STF e ressuscita o FMI. Dessa sopa de
letrinhas, uma conclusão: se não dá para dizer “Fora STF, traz o FMI de
volta”. Efeito? Zero!