O Democratas já surgiu do ocaso do Partido da Frente Liberal (PFL), que, por sua vez, sucedeu a Frente Liberal, a dissidência da época do regime militar que levou à vitória de Tancredo Neves na eleição indireta a presidente no Colégio Eleitoral. Desde então, só vê minguando o seu prestígio. E olha que o partido teve Marco Maciel como vice-presidente da República durante todo o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Esta semana, está vendo uma pá de cal no fim do túnel, não uma luz. Tanto que foi obrigado a escalar o próprio presidente nacional, José Agripino Maia (RN), para suceder Demóstenes Torres (DEM-GO) na liderança do partido no Senado. O acúmulo dos cargos não esconde a falta de quadros à altura de missões mais nobres.
Não é de hoje que isso está acontecendo. Em 2002, o então PFL elegeu 84 deputados, muitos deles com prestígio político e respeito dos colegas. Quatro anos depois, os liberais já eram pouco mais de 60 parlamentares na Câmara. Em 2010, já como DEM, a legenda fez uma bancada de 43 deputados e ainda foi sangrada pela PSD, novo partido que abriu uma janela para que diversos democratas migrassem. Sobraram pouco mais de 30 deputados. Foi minguando, minguando, e hoje não passam de mais um pequeno partido.
Se o DEM está nessa situação, o tamanho do escândalo ainda não foi devidamente medido. Tanto que ontem, no Senado, assim que Joseph Blatter voltou a deitar falação contra o Brasil, vários gabinetes foram procurados para ver ser algum senador, da oposição ou governista, pouco importava, ia à tribuna para defender o governo, no caso dos aliados ao Planalto, ou atacar, se fosse da oposição. Ninguém apareceu. É o medo das perguntas dos jornalistas. Melhor a saída “não me comprometa”.