A guerra entre o Centro Esportivo de Ultraleve (CEU/RJ) e a prefeitura do
Rio esquentou. Na quarta-feira, o prefeito Eduardo Paes afirmou que não
sabe mais se dará uma indenização de R$ 12 milhões para que a entidade
deixe o terreno que ocupa, em Jacarepaguá, e máquinas já começaram a
demolição das pistas de pouso e decolagem.
Segundo Paes, o clube já sabia há mais de um ano a data em que teria de
deixar o local e desrespeitou acordo feito com a prefeitura ao recorrer à
Justiça para tentar impedir a transferência. O prefeito suspendeu o
termo de cessão de uso do terreno em dezembro, a fim de construir ali
parte do Parque Olímpico. Ora, quem desrespeitou a lei foi Eduardo Paes que suspendeu o termo assinado em 1998 dando à entidade o direito de explorar
gratuitamente o local a título precário, pelo período de 99 anos,
renováveis por mais 99. O prefeito do Rio, em busca de soluções para seus próprios interesses desabrigou não só o CEU, mas também o Autódromo, além de centenas de moradias para construir estádios e estradas; tanto é verdade que o assunto tem sido destaque nos protestos de rua. O povo não quer mais obras! Quer saúde, educação, habitação, saneamento básico etc. Deixa a iniciativa privada em paz!
"Eu já não gostava da ideia de indenizar em R$ 12 milhões o clube,
porque o termo é a título precário, ou seja, a prefeitura pode retomar o
terreno a qualquer tempo. Mesmo assim, começamos as negociações para
que a área fosse desocupada. Conseguimos com as Forças Armadas um novo
espaço em Guaratiba, e propus que, enquanto este não estivesse pronto,
eles utilizassem o Aeroclube de Nova Iguaçu. Mas eles entraram com
processo na Justiça utilizando mentiras para tentar anular a
transferência. Quem senta com eles agora não é mais o prefeito, e sim a
Procuradoria do Município. Afinal, uma coisa é uma Vila Autódromo, onde
moram dezenas de famílias, outra é um clube para 200 pessoas voarem" —
afirmou Paes ao jornal OGLOBO.
O CEU foi fundado há trinta anos pelo jornalista Armando Nogueira e seus sócios, na maioria, são empresários honrados que trabalham e geram empregos, pagam impostos e como todos os outros brasileiros não tem a menor contra partida desse dinheiro. Pelo contrario são desrespeitados olimpicamente.
Pra piorar, a justiça, sempre na contramão dos anseios da sociedade, concedeu a favor da prefeitura no último dia 28, prazo de 15 dias ao clube para a transferência das
aeronaves para outro hangar e autorizou que a prefeitura entrasse com as
máquinas no terreno. A decisão coube a juíza da 3ª Vara de
Fazenda Pública, Alessandra Cristina Tufvesson Peixoto, da 3ª Vara de
Fazenda Pública. A magistrada deveria ter dito em seu despacho o que fazer com 140 aeronaves, empregados, oficinas e tudo mais que existe no Clube.
A Agência Nacional de Aviação - ANAC - que no momento deveria ajudar aproveita a situação para mostrar a inoperância, e falta de habilidade em conduzir o problema, e dá autorização para que o CEU se mude para um aeroporto, em Nova Iguaçu/RJ, fechado e sem a menor condição de operar ou abrigar o Clube Esportivo de Ultraleve. O CEU não precisa de um depósito de aeronaves, mas sim de um lugar com o mesmo padrão de qualidade para continuar seus trabalhos. As escolas e as oficinas do Clube iriam à falência, sem contar que a manutenção das aeronaves seria seriamente prejudicada.
Ontem, o clube conseguiu uma extensão do prazo para deixar o local dentro de nove meses. Quem viver verá!