A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados afrouxou as regras para uso da verba indenizatória durante o período eleitoral. Deputados candidatos a prefeito vão ter até quatro meses antes do pleito – dois meses a mais do que em outras campanhas – para usar o dinheiro na divulgação de suas atividades. Já os que não vão disputar estão livres para usar a verba para promoção do mandato, o que em outras eleições era proibido. Um quarto dos deputados pretende se candidatar. A verba varia entre R$ 23 mil e R$ 34 mil.
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Mudança na aposentadoria do trabalhador é o cacete!
A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados aprovou a criação de uma comissão especial com representantes de trabalhadores e empregadores para dar o toque final no projeto que muda as regras de aposentadoria. A ideia do presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), é votar a proposta que institui a aposentadoria pela soma da idade com o tempo de serviço – 95 anos para homens e 85 para as mulheres – no mês que vem. Detalhe: se a soma der 94, por exemplo, o trabalhador deve perder cerca de 2%, mas se ela der 96, ele vai ganhar a mais os mesmos 2%.
Ex-caçador de corrupto não caça corrupto
Sai de cena o “caçador de marajás”, entra em campo o “caçador de rabiscadores”. O ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL) preferiu a tribuna do Senado, onde hoje está, para explicar por que fez questão de fazer parte da CPI Mista do Cachoeira. De microfone em punho, anunciou que integra a comissão para “impedir que ela seja pautada pelos meios e seus rabiscadores, uma gente que visa apenas furos de reportagem e lucro”. Foi além o ex-presidente da República: “É preciso não deixar que o colegiado torne-se instância fadada a servir de mero palco para a vileza política e um campo fértil de desrespeito aos direitos constitucionais dos homens públicos e de qualquer cidadão brasileiro”.
Está claro que Collor ainda é um pote até aqui de mágoas por causa do processo de impeachment que sofreu em 1992, nada menos que 20 anos atrás. Mas, como se diz que vingança é prato que se come frio, o senador dá sinais de quer ir à forra agora. Ele diz que pretende evitar “vazamentos” das informações sobre as investigações. Deve ser trauma da Fiat Elba que não transportava o seu tesoureiro de campanha, Paulo César Farias, o PC Farias, mas foi a prova que levou ao processo de impedimento e à posterior renúncia, que não impediu o julgamento no Congresso.
É improvável que o senador Fernando Collor consiga cumprir a missão que ele próprio se propõe. CPIs costumam produzir e recolher toneladas de documentos, ainda mais uma investigação como a de Carlinhos Cachoeira, que é um arquivo vivo de mazelas políticas e práticas corruptas pelo país afora. O jogo do bicho, nesse caso, não passa de um passatempo em família, diante da centena de milhões das obras tocadas pela Delta. E isso se ficar apenas nela, porque já começam a surgir outras empreiteiras sob suspeita. O “caçador de marajás”, agora “caçador de rabiscadores”, melhor faria se caçasse corruptos.
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