É praticamente uma “direita, volver”. Primeiro, veio na economia. O
time escalado pela presidente Dilma Rousseff (PT) colocou Joaquim Levy
no comando do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa foi escalado para o
Ministério do Planejamento e Alexandre Tombini continua à frente do
Banco Central. É turma da pesada, que vai endurecer o jogo para tentar
ajustar as contas públicas federais, que estão em frangalhos.
Ainda na área econômica, Dilma anunciou o senador Armando Monteiro (PTB-PE) como ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, cargo que já foi do governador eleito Fernando Pimentel (PT), que tem absoluta confiança da presidente. O primeiro detalhe é que Monteiro é ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que pouca ou nenhuma simpatia tem pelo PT. O segundo é que Monteiro perdeu a eleição para governador em Pernambuco, mas concorrer com a comoção causada pela morte de Eduardo Campos (PSB) é mesmo muito difícil.
A presidente Dilma Rousseff (PT) quer colocar a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) no Ministério da Agricultura. Ela é a presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). E encontra duas resistências, uma natural, a da ala mais à esquerda do PT. Outra, do maior frigorífico do país, o Friboi. Que foi também o maior doador da campanha presidencial da petista este ano.
E, enquanto tenta controlar a base governista no Congresso, Dilma tem que treinar o espanhol para ler o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) batendo forte no jornal El País. “Diria que nos aproximamos de uma etapa parecida à que abordei quando era ministro da Fazenda e tudo estava em desordem. Agora, tudo novamente caminha para a desordem”, bateu forte FHC na economia. “Um país com vinte e poucos partidos no Congresso e quarenta ministérios esconde a receita do fracasso”, atacou FHC com mais força na política.