A semana termina com os presidenciáveis ou seus cabos eleitorais, no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que virou o ventríloquo da presidente Dilma Rousseff (PT), subindo o tom da campanha eleitoral. Ele partiu para cima da sua ex-ministra Marina Silva (PSB), por causa dos ataques que ela fez à política econômica do governo. Para blindar Dilma, Lula promete jogar todo o seu peso político. “Depois de desencarnar por quase três anos estou voltando à atividade política, me aguardem em Pernambuco”, disse o ex-presidente sobre o tamanho da guerra que vai travar em seu estado e do governador Eduardo Campos (PSB).
Se Marina apanha de Lula, apanha também em sua nova casa. Vice-presidente do PSB, Roberto Amaral usou uma estratégia indireta. Em artigo na revista Carta Capital desceu a lenha nos economistas André Lara Rezende e Eduardo Gianetti, acusando-os de serem a face conservadora dos economistas no Brasil. É que Marina tem tomado lições com Lara Rezende para fazer as críticas à economia. E Gianetti chegou a ser coordenador da campanha dela à Presidência de 2010.
Por outro lado, quem também subiu o tom das críticas foi o senador Aécio Neves (MG), pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto. Ao sugerir que Lula não brigue com a história, em referência ao legado do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Aécio ironizou: “Vejo o PT hoje muito ansioso e aflito duvidando das condições da presidente da República, que acho que não são boas. Se alguém tem hoje efetivamente um conflito interno é o PT”.
No mesmo dia, Aécio apresentou projeto que incluiu o Bolsa-Família, o doce de coco de Lula, na Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), o que faz dele um programa de Estado, não de governo. Lula deve ter pensado: “Por que não pensei nisso antes?” Agora, o PT não pode sugerir que os tucanos acabariam com o Bolsa-Família.