A alarmante incompetência das investigações sobre o desaparecimento de Amarildo prova: a decadência do Brasil não é apenas econômica, financeira, política, eleitoral, É TOTAL.
O desaparecimento desse morador da Rocinha provocou tanta
repercussão, que entrou nas reivindicações de protestos do povo nas
ruas. E não só no Rio, nos mais diversos estados, manifestantes com
camisas e o nome escrito: AMARILDO, bem grande.
Os pontos negativos são de tal ordem, que mais do que incompetência,
parece cumplicidade ou perseguição contra um cidadão pobre e
desassistido. Primeira declaração da chefia da UPP: “Amarildo foi
chamado por parecer com um traficante, logo liberado”. Quer dizer que
parecer com um traficante é crime?
Mas logo surgiram as contradições e as mentiras. Ele teria saído da
sede da UPP, num carro da Polícia. Por “coincidência”, esse carro estava
com o GPS desligado.
Vários policiais disseram: “Quando o motorista de um carro da Polícia
entra no veículo, antes de ligar o motor, verifica o GPS, isso é
praticamente automático”.
Outra “coincidência-cumplicidade”: os aparelhos de gravação de
trânsito, em frente da UPP e em outros até chegar à esquina, estavam
igualmente desativados, desligados.
As referências a Amarildo, fornecidas por vizinhos, todas favoráveis.
Grande trabalhador, auxiliar de pedreiro, carregava sacos de cimento
nas costas. Era o único que carregava dois sacos de uma vez. Como cada
saco tem 42 quilos, ele em cada viagem levava 84 quilos. Isso é muito
importante.
PERSEGUIÇÃO EVIDENTE
Amarildo não tinha passagem pela Polícia, se dava muito bem com
todos. Dias depois, naturalmente por causa do volume dos protestos,
“descobriram”: a mulher de Amarildo prestava “serviços” a traficantes. O
que significa “prestar serviços”?
Não prenderam a mulher de Amarildo, disseram a moradores: “Não
tínhamos grandes provas, e o protesto das ruas já era muito grande”.
Dias depois, inesperadamente apareceu uma gravação, exibida nas
televisões e nas redes sociais.
Não tinha autoria, mas tudo bem visível: Amarildo empurrado para
dentro de um carro da Polícia, não em frente à UPP, mas na esquina.
Também nitidamente: a mulher dele sai correndo até o carro onde
estava sendo levado por policiais. Eles saem em disparada, a mulher fica
no meio da rua, desolada e abandonada.
Fonte: Hélio Fernandes
Fonte: Hélio Fernandes