A recente visita do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ao Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, reacendeu um polêmico conflito de narrativas sobre as favelas brasileiras. No meio político, opositores do governo federal acusam o ministro de ter conivência com os criminosos que atuam na favela.
Já o ministro considera “esdrúxula” a afirmação, sustentando que é resultado de preconceito contra os moradores dessa comunidade. Segundo Dino, as autoridades precisam visitar esses territórios.
Territórios historicamente marginalizados e não priorizados pelo poder público, as comunidades do país – e principalmente as do Rio de Janeiro – convivem com o controle armado ilegal de facções criminosas, sejam as ligadas ao tráfico de drogas sejam as milícias que extorquem dinheiro de moradores em troca de uma suposta segurança.
Afinal, autoridades que visitam favelas têm conivência com as quadrilhas criminosas que controlam esses territórios? Representantes do governo precisam da autorização de grupos armados para entrar nas comunidades?
Acusação de conivência com criminosos já havia sido feita ao então candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva, quando ele visitou, durante a campanha eleitoral, o Complexo do Alemão, que fica relativamente próximo do Complexo da Maré, na zona norte.Justificar