Não foi à toa que o Supremo Tribunal Federal decidiu acionar a Polícia Federal e o Ministério Público Federal para apurar os nomes dos responsáveis pelos vazamentos. A decisão foi tomada depois de uma conversa do relator, ministro Ricardo Lewandowski, com o presidente da Corte, ministro Ayres de Britto. É a velha história: depois de o cofre ser arrombado, troca-se a chave. Não vai adiantar. A imprensa já está anos-luz à frente da CPI, que nem começou a votar as dezenas de requerimentos já apresentados pelos deputados e senadores. E vai continuar assim.
O inusitado é que, no despacho em que autorizou a entrega dos autos ao Poder Legislativo, o ministro Lewandowski fez questão de alertar que os documentos não poderiam ser vazados à imprensa ou a pessoas que não sejam integrantes da CPI, porque eles estão sob “segredo de Justiça”. Bem, o Supremo tomou os seus cuidados e seguiu a lei, como não poderia deixar de ser. O alerta, no entanto, parece ter vindo tarde demais. Os vazamentos de documentos da investigação feita pela Polícia Federal não vão parar e, se a CPI não entrar em ritmo acelerado, estará sempre um passo atrás dos jornais e revistas. É só esperar para ver.