Quem não se lembra do casal de juízes que fugiu de uma blitz da Operação Lei Seca, segunda-feira de madrugada, na Praia de Botafogo no dia 04/05/2011. Os bebuns Maria Daniella Binato de Castro Abi Daud e Pedro Henrique Alves estavam em um Pajero ainda sem placa, quando foram abordados pelos fiscais por volta das 3h. Lotada na Vara de Infância e Juventude do Rio, Maria Daniella dirigia sem a carteira de motorista.
Como o Pedro Henrique, titular da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, de São Gonçalo/RJ, estaria embriagado, o casal deixou o carro no local e foi de táxi para casa para buscar a habilitação dela. Segundo o porta-voz da Operação Lei Seca, o ex-subsecretário de Governo Carlos Alberto Lopes, o juiz retornou sozinho e os agentes da operação solicitaram que fizessem o teste do bafômetro. Pedro Henrique se recusou, ao saber que o carro seria apreendido, e fugiu com o automóvel. Isso mesmo, fugiu! Um juiz fugitivo porque não respeitou a lei e por saber que nada, nadica de nada ia acontecer com ele.
Ao abrir, hoje, a prestigiada coluna do coleguinha Ancelmo, no OGLOBO, me deparo com a seguinte nota:
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O Globo de 15 de abril de 2011 |
Como é que se pode confiar e acreditar num judiciário dessa qualidade? Que moral tem esses dois juízes pra julgarem qualquer pessoa? Onde está o Ministério Público, fiscal da lei? Quando o "meliante" é gente humilde o MP sobe no salto alto? Eu explico: todo promotor de justiça pode um dia chegar a desembargador, graças a um dispositivo chamado "5º constitucional" além de muita poíticagem. Você acha então que os promotores vão comprar briga com quem, um dia, possívelmente, vai dobrar o salário deles?
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A desembargadora e ex-chefe da central de inquéritos do Ministério Público do RJ, Mônica de Pieiro |
Só pra ilustrar o meu texto vou dar um exemplo: Em 30/05/2008, os procuradores do Rio encaminharam denúncias sobre o envolvimento da desembargadora Mônica Di Piero (comadre do sr. e sra Anthony Garotinho) e da deputada federal Marina Maggessi (PPS) com a quadrilha do ex-chefe de Polícia Civil Álvaro Lins, para a apreciação do procurador-geral da República Antonio Fernando Barros e Silva de Souza.
Como as duas têm foro privilegiado, estão sendo julgadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Entre as provas encaminhadas estão transcrições de grampos telefônicos em que, a então procuradora Mônica, em 2006, dá informações privilegiadas ao ex-chefe de Polícia Civil sobre inquéritos envolvendo seu grupo.
Mônica era do Ministério Público Estadual, e graças a comadre e ex-governadora, Rosinha Garotinho, tornou-se dsembargadora pelo "5º constitucional". O resultado das investigações, ninguém sabe, ninguém viu. O fato é que Dra. Mônica está lá no TJRJ decidindo a vida de muita gente inocente e Marina Magessi eleita deputada federal pela coligação Unir Para Mudar o Rio (PPS / PV) continua levando sua vidinha.
Enfim, voltando ao caso dos bebuns, quem levou a pior no exercício de sua função foi Carlos Alberto Lopes, chefe da operação da Lei Seca, por "abuso de autoridade".
A frase de Rui Barbosa, dita há quase 100 anos nunca esteve tão atual: "de tanto triunfar as nulidades, prosperar a desonra, de ver crescer a injustiça, agigantaremse os poderes nas mãos dos maus, o homem acaba tendo vergonha de ser honesto".
Não podemos pensar assim. Afinal quem aplica a justiça deveria temê-la. Esse texto é em homenagem a honestidade e equilibrio do ex-sub-secretário de governo Carlos Alberto Lopes!