quinta-feira, 3 de junho de 2010
Aquilo que os americanos não conseguiram em 31 anos, nós conseguimos em 18 horas. Presidente Lula hoje, na fábrica da Volks.
(Continuação...)
Quero cumprimentar o Berthold Huber, presidente da Federação Internacional dos Metalúrgicos do IG Metall,
Quero cumprimentar o (incompreensível), presidente do Comitê Mundial de Trabalhadores da Volkswagen,
Quero cumprimentar o Diretor Mundial de Recursos Humanos,
Quero cumprimentar o Viktor Klima, presidente da Volkswagen para a América do Sul,
E cumprimentar o nosso querido e popular Chalita, que acabou de falar,
Quero cumprimentar os companheiros do Sindicato, o Nobre que está aqui, a Diretoria do Sindicato, o companheiro Grana, da Federação dos Metalúrgicos,
Dizer para vocês que talvez esta seja a minha última vinda à Volkswagen como presidente da República. Afinal de contas, oito anos é muito pouco para quem governa, mas é muito para quem faz oposição. Já está na hora de terminar o mandato. E ao terminar o mandato, eu fico todos os dias fazendo reflexão do que aconteceu na minha vida a partir do dia 24 de abril de 1975, quando eu assumi, pela primeira vez, a Presidência do Sindicato dos Metalúrgicos. Naquele tempo, os especialistas em sindicalismo, aqueles que tinham mais vivência e mais experiência do que eu, diziam que era bobagem eu entrar no Sindicato porque a legislação sindical brasileira era cópia fiel da Carta del Lavoro, de Mussolini, na Itália e, portanto, nós não poderíamos fazer nada, porque a lei proibia. Tinha até uma lei chamada Lei 4.330, que proibia os trabalhadores de fazerem greve. Então, eu entrei no movimento sindical com a convicção, dada pelos mais experientes, de que era muito difícil a gente conseguir fazer alguma coisa a partir dos sindicatos, porque nós vivíamos em um regime autoritário e porque a legislação brasileira não permitiria que a gente fizesse isso, inclusive a Lei de Segurança Nacional.
Veja que, independentemente de todas as dificuldades que existiam na legislação, em três anos nós mudamos a história do movimento sindical brasileiro. No dia 12 de maio de 1978 eclodiu a primeira greve na Scania, e foi uma grave feita pelos trabalhadores da Scania, dentro da Scania, e foi a primeira greve depois de 1968. Nós não sabíamos o que ia acontecer com os trabalhadores, porque quem governava o país, na época, era o presidente Geisel, e havia uma dureza muito grande no trato da questão sindical.
O dado concreto é que nós vencemos a greve de [19]78, fizemos um bom acordo. Na Volkswagen houve uma lamentação muito grande porque os trabalhadores da Volkswagen não conseguiram parar em [19]78. A ferramentaria, sobretudo, tinha uma vontade de parar, mas não conseguia parar. Ou seja, foi um ano de frustração. Mas nós conseguimos parar a Ford, conseguimos parar a Mercedes, uma parte da Mercedes e, por conta disso, nós conseguimos voltar a trabalhar com um bom acordo, um bom acordo feito entre o sindicato e a indústria automobilística. Depois veio [19]79, [19]80, aí vocês já conhecem a história do movimento sindical, alguns até já viveram parte dessa história.
O dado concreto é que foi da minha experiência sindical que surgiu a ideia de criar um partido, que surgiu a ideia de fazer com que a classe trabalhadora pudesse reivindicar também o direito de governar o país. Não era possível que aquele segmento, que é o segmento majoritário na sociedade, aqueles que vivem do seu trabalho - seja trabalhadores formais ou não -, não governasse o país. E foi uma descoberta que nós fizemos, a partir de [19]78, quando nós descobrimos que não tinha representante dos trabalhadores no Parlamento brasileiro. Em vinte anos, nós conseguimos criar o mais importante partido de esquerda da América Latina e, em 20 anos, nós chegamos à Presidência da República do meu país.
Ao chegar à Presidência da República do meu país... eu vou contar uma história para vocês. Eu, quando ganhei as eleições, eu não acreditava que eu tinha ganhado. Eu ficava me beliscando todos os dias, para saber se era verdade que um metalúrgico de São Bernardo do Campo tinha ganhado a Presidência da República. Eu lembro que quando eu cheguei ao Palácio da Alvorada, na primeira noite, eu me deitei naquele Palácio, me deitei, encostei a cabeça no travesseiro, de barriga para cima, e fiquei olhando: será que é verdade que eu estou aqui? E ficava... porque era uma coisa, uma coisa muito rara que um metalúrgico pudesse chegar à Presidência da República do Brasil.
Aí veio o grande desafio. É importante os companheiros terem em conta que a minha maior preocupação era a preocupação de que nós tínhamos que fazer um bom governo, nós tínhamos que dar certo. Eu trabalhava muito com a ideia do fracasso do Walesa, na Polônia, porque o Walesa era um metalúrgico do estaleiro de Gdansk que, com a queda do Muro de Berlim e com uma ajuda do Santo Papa, ele chegou à Presidência da República na Polônia, e foi um fracasso. Foi concorrer a um segundo mandato, teve menos que 1% dos votos. E eu trabalhava sempre com a certeza de que eu não podia fracassar, porque se eu fracassasse, nunca mais um trabalhador poderia pleitear a Presidência da República, porque eles iriam dizer: "Não sabe governar. Peão de fábrica não sabe governar". Eu tinha que provar que nós sabíamos governar, eu tinha que provar que nós poderíamos fazer as coisas bem feitas e eu tinha que provar que nós poderíamos ser melhores do que aqueles que governaram antes de nós este país. Graças a Deus...
Eu não sei se vocês sabem de uma coisa. Quando eu era dirigente sindical, quando a gente ia começar a fazer uma campanha salarial, eu me preocupava com o que os diretores do Sindicato falassem na porta de fábrica, porque quando a gente abre a boca para falar, você tem duas hipóteses: ou você não fala nada com nada, portanto, você não é notado; ou você fala muita bobagem e as pessoas que estão assistindo falam "Esse cara não está com nada"; ou você é capaz de ser convincente, falar e as pessoas saírem, depois de ouvir você falar, aprendendo um pouco mais e um pouco mais motivadas.
Então, no Sindicato, Aloizio, eu chamava, normalmente, os diretores do Sindicato e eu dizia: eu quero saber qual é o discurso que você vai fazer na porta de fábrica. Eu tinha, na minha sala, um microfone e uma caixinha de som, que era para ouvir os diretores fazer discurso na porta de fábrica. É muito mais vergonhoso falar para mim, sozinho, o cara chegar na minha frente: "Companheiros e companheiras"... Mas, de qualquer forma, de qualquer forma, o que a gente queria era que a gente, a cada vez que abrisse a boca e falasse uma palavra, essa palavra servisse de conscientização e de motivação para que os trabalhadores confiassem no Sindicato.
Bem, o dado concreto é que nós chegamos ao final do governo, e graças à compreensão do povo brasileiro, graças à ajuda que eu tive de muita gente, o Brasil vive quase um momento mágico da sua história. Eu fui dirigente deste Sindicato, fiz muita... muito barulho aqui na porta da Volkswagen, muito barulho, e consegui algumas coisas e perdi muitas coisas. Agora esta meninada, por conta daquilo que a gente brigou muitos anos atrás, esta meninada não tem que brigar mais do jeito que a gente brigava. Hoje a gente não tem que ficar na porta da fábrica entregando boletim, porque pode colocar na linha de produção, cada um pega o seu boletim sem fazer nenhuma anarquia. Hoje o Sindicato não tem que ficar uma semana na porta da fábrica xingando a direção da empresa para motivar o pessoal a fazer a greve, não precisa. É só a comissão de fábrica se reunir e dizer que precisa parar, que o pessoal para e faz greve quando é necessário fazer a greve. A greve, também, não é um estado de espírito. A greve, a gente faz quando entende que é necessário fazer, porque ela é um instrumento muito forte e a gente, também, não pode banalizar a greve por qualquer coisa. A greve, para fazer, é preciso que tenha uma boa motivação, uma boa razão e a gente estar convencido de que ela é um instrumento necessário.
Então, eu acho que houve uma evolução extraordinária. Então, vejam uma coisa. Eu vou terminar os meus oito anos de mandato com a convicção de que o movimento sindical brasileiro só não conquistou, no meu governo, aquilo que ele não reivindicou. Pode parecer presunção, Nobre, mas tudo que vocês reivindicaram, tudo, ou 99% de tudo... talvez vocês foram muito humildes, muito generosos comigo pela nossa amizade, porque não reivindicaram absurdos. Quando vocês foram reivindicar as 40 horas, eu falei: não peçam para mim as 40 horas, porque as 40 horas não podem vir de cima para baixo. Elas não deram certo em alguns países porque vieram de cima para baixo. É preciso que haja uma movimentação de baixo para cima, para que a conquista das 40 horas seja uma coisa sentida pelos trabalhadores. Aí, vocês, então, fizeram coleta de assinaturas, deram entrada num projeto de lei de iniciativa popular, que eu espero que seja votado logo, logo, para que os trabalhadores possam ter mais tempo para ficar em casa, para estudar, para cuidar da família, para relaxar, para descansar. E que essa redução da jornada possa significar a possibilidade de contratação de mais trabalhadores para que a gente possa distribuir mais renda no nosso país.
Então, eu deixo a Presidência, depois de oito anos, com a convicção de que nós fizemos o que tínhamos que fazer. Certamente, com a consciência de que ainda falta fazer muito. Uma coisa que me dá muito orgulho. Quem está falando com vocês sofreu todo tipo de preconceito que um ser humano pode sofrer. Eu sofri todos os preconceitos, por ser nordestino, por não ter diploma universitário, vocês sabem disso. Pois bem, vejam a ironia do destino: eu e o Zé Alencar somos, na história do país, a primeira vez que o presidente e o vice-presidente não têm diploma universitário. Entretanto, ao deixar o governo, eu serei o presidente que mais fez universidades no nosso país e que mais fez escolas técnicas no nosso país. Parece ironia do destino, mas nós estamos fazendo... a Universidade do ABC está construindo o seu campus aqui em São Bernardo do Campo; fizemos em Mauá - em Mauá, falta o Osvaldo dar o terreno... mas o Ministério da Educação vai comprar um terreno, que era uma fábrica antiga que tinha lá, que é de qualidade; fizemos em Santos, em Diadema, em Santo André, em Guarulhos; vamos fazer em Osasco. E uma coisa mais importante: nós criamos um programa, aqui, chamado ProUni, que é um programa em que a gente troca o imposto das universidades particulares - uma parcela - por uma bolsa de estudos. Este ano, nós chegaremos a 726 mil alunos no ProUni, 726 mil alunos. Vejam que interessante: este ano eu vou fazer uma festa com os primeiros 540 estudantes que se formaram médicos pelo ProUni. Gente pobre, da periferia, que não teria condições de estudar, que vai se formar médico, advogado, engenheiro, o que mais vocês querem? Sobretudo engenheiros, porque o Brasil tinha deixado de formar engenheiros. Quem se formava ia trabalhar no sistema financeiro. Nós, agora, com o crescimento econômico, estamos sentindo falta dessa profissão.
Então, eu quero dizer para vocês da minha alegria, alegria de ver o Brasil crescendo, de saber que a indústria automobilística brasileira está numa situação melhor do que a da Europa, do que a americana, do que a japonesa. Nós só disputamos com a China hoje, para ver quem está mais porreta, mais crescendo, mais gerando emprego. Este ano, se Deus quiser, nós vamos gerar 2 milhões de empregos. Eu terminarei o mandato gerando 14 milhões de postos de trabalho com carteira profissional assinada.
Este Sindicato nunca mais, desde que eu fui presidente, fez acordo perdendo dinheiro. Sempre fez acordo ganhando aumento real de salário, e isso vale para 90% de todas as categorias de trabalhadores deste país. Saio da Presidência com o Brasil muito mais respeitado no exterior. Vocês viram a conquista das Olimpíadas, lá em Copenhague, vocês viram a conquista da Copa do Mundo. Antigamente, um presidente do Brasil não saía nem no rodapé de um jornal alemão. Verdade ou mentira? Não saía. Miguel Jorge, você que trabalhou aqui muito tempo... Agora não, agora nós ocupamos muito espaço na imprensa alemã, na imprensa francesa, na imprensa americana, na imprensa inglesa. Tem hora que eu apareço tanto, que eu nem consigo ler o que está se falando de mim lá.
Bem, então, o Brasil vive um momento excepcional, e eu quero que isso continue, precisa continuar, porque o povo brasileiro... Eu trabalho com a convicção de que dentro de seis ou sete anos o Brasil será a quinta economia do mundo, eu trabalho com essa convicção. Vocês estão lembrados, a gente não produzia mais navio. Agora nós estamos produzindo navio, plataforma, sonda. A indústria naval brasileira tinha apenas 1.600 trabalhadores. Já está com 50 mil trabalhadores. Nós... graças a Deus, nós descobrimos o pré-sal, e o pré-sal tem muito petróleo a 6 mil metros de profundidade. Uma parte desse petróleo, a gente quer dedicar o lucro dele para a educação, para a ciência e tecnologia, para o meio ambiente e para a questão cultural do país, que são quatro coisas extremamente importantes no país.
Eu quero terminar dizendo aos companheiros da Volkswagen que eu não seria o que eu fui, não teria realizado o que eu realizei se não fosse a compreensão de vocês. Eu lembro, eu lembro que daqui de São Bernardo do Campo, quando os conservadores, em 2005, tentaram... na minha opinião, aquilo era uma tentativa de derrubar o governo, porque eles não se conformavam como é que um metalúrgico, um torneiro mecânico podia fazer mais do que eles. Eu lembro que partiu daqui de São Bernardo, partiu do nosso Sindicato um adesivo que dizia: "Mexeu com o Lula, mexeu comigo". A partir daí, isso tomou conta do Brasil e hoje, por conta de vocês, eu sou o presidente mais bem avaliado da história do nosso país.
A coisa mais sagrada era que nós precisávamos recuperar a nossa autoestima. Houve um tempo em que nós, brasileiros, nos tratávamos como se fôssemos de segunda categoria. Eu fiz um plano de ciência e tecnologia, onde nós investimos R$ 41 bilhões em ciência e tecnologia. Hoje o Brasil é a 13ª nação em publicação de artigos em revistas especializadas de ciência e tecnologia. Passamos a Rússia e passamos a Holanda, numa demonstração de que não existe limite para este país, na hora em que a gente acredita. Eu estava vendo a Fórmula Indy no domingo passado, e um corredor lá, que o carro dele quebrou, depois recuperou, ele chegou em último lugar ou em penúltimo, aí foram perguntar para ele: "Mas seu carro quebrou, você não está chateado?" Ele falou: "Olha, eu sou brasileiro e não desisto nunca". Eu achei aquilo extraordinário, porque é esse o nosso lema.
Eu posso dizer para os trabalhadores da Volkswagen: qualquer empresário alemão, qualquer empresário americano, qualquer empresário francês, qualquer empresário japonês que vier investir no Brasil, ele vai ter a sensação de que não existe trabalhador mais produtivo e mais criativo do que o trabalhador brasileiro. Ele vai sair com essa convicção em apenas um ano. Em um ano ele já vai ter certeza de que o trabalhador e a trabalhadora brasileiros são mais produtivos, são mais criativos e trabalham com mais alegria. Eu acho que é isso que permite que a gente possa ter o orgulho de dizer que nós somos brasileiros e não desistimos nunca, porque este país desistiu muitas vezes, este país desistiu muitas vezes. Este país, entre 1950 e 1980, foi a economia que mais cresceu no mundo; durante 30 anos, a economia que mais cresceu no mundo. Entretanto, o resultado dessa riqueza não foi distribuído de forma justa para todos os brasileiros.
Pois bem, nós, agora, nós, agora... Primeiro, aprendemos a crescer, aprendemos a crescer, e nós aprendemos que o crescimento gera emprego, o emprego gera salário, o salário gera consumo, que gera mais empregos, que gera mais salário. É tudo isso que nós queremos. Nós aprendemos que nós, brasileiros, não devemos nada a ninguém. Nós não queremos ser melhores do que ninguém, mas também não queremos ser inferiores a ninguém. Queremos ser tratados em igualdade de condições, com o respeito que nós merecemos ter no mundo.
Eu vou terminar, eu vou terminar contando uma coisa para vocês. Eu fui ao Irã. Todos vocês acompanharam, pela imprensa. Tem uma briga: se o Irã vai fazer bomba nuclear ou não vai fazer bomba nuclear; se ele vai aceitar a proposta da Agência Internacional de armas atômicas [Agência Internacional de Energia Atômica] ou não, (incompreensível). E qual era o grande problema? O grande problema era que o Irã não se sentava à mesa para negociar. Era a queixa dos americanos, a queixa dos franceses, a queixa dos ingleses, a queixa dos chineses, a queixa dos russos. Na última reunião, em Pittsburgh, no ano passado, eu perguntei para todos os líderes, do Hu Jintao ao Obama, se eles já tinham conversado com o companheiro Ahmadinejad. Ninguém nunca tinha conversado, inclusive a nossa querida Angela Merkel, primeira-ministra da... chanceler da Alemanha, nunca tinha conversado. Todo mundo, todo mundo falava mal do Irã, mas ninguém nunca tinha sentado, num tête-à-tête, para conversar. Pois bem, eu fui. Vocês estão lembrados que eu estava viajando para lá, e a imprensa cansou de publicar declarações "O Lula é ingênuo. O Lula está acreditando em fantasias. O Ahmadinejad está enganando o Lula, está enganando a Índia". Eu falava: não. Vocês estão lembrados que eu estava na Rússia e a imprensa perguntou para o presidente Medvedev: "De zero a cem, qual é o percentual que você acredita, de possibilidade do Ahmadinejad negociar?" O Medvedev falou: "30%". Eu falei: pô, 30% não é otimismo, Medvedev. Otimismo é o meu: 99,9%. Pois bem, cheguei em Teerã, o que aconteceu? Depois de 18 horas de conversa, aquilo que os americanos não estavam conquistando há 31 anos - não é há 3 anos, não -, há 31 anos... Não é o caso do Obama. Já teve Obama, Clinton, Bush pai, Bush filho, Reagan, todo mundo... Aquilo que eles não conseguiram em 31 anos, nós conseguimos em 18 horas de conversa e o Irã resolveu se sentar à mesa para negociar, numa demonstração de que o diálogo é a melhor forma de você resolver os conflitos. Não atirando, como Israel atirou ontem em um barco turco que ia levar comida para a Faixa de Gaza, um barco que estava em águas internacionais. Existem milhões e milhões e milhões de razões para a gente construir a paz e não existe uma única razão para a gente construir a guerra. É este país que sabe fazer paz porque o povo brasileiro é pacífico, porque nós gostamos de ser bons, porque nós gostamos de ser generosos. É este país que está dizendo ao mundo: em vez de armas e em vez de balas, mais comida e mais diálogo, mais emprego e mais salário, para que a gente possa resolver todas as crises do mundo.
Quero, do fundo do coração, agradecer a vocês e dizer para vocês: não pensem que vão se livrar de mim porque eu, ainda este ano, virei fazer campanha na porta da Volkswagen, lá fora, lá fora. E no ano que vem, não se desesperem se, em vez de encontrar o Nobre ou o Chalita em cima de um caminhão, vocês virem o ex-presidente Lula conversando com vocês às 6h da manhã.
Um abraço, que Deus nos abençoe.
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