Mais uma saia justa para o Palácio do Planalto no Congresso. O governo até que vai tentar, mas é muito difícil que consiga instalar a Comissão Mista de Orçamento ainda esta semana. Tudo indica que ficará para a semana que vem. E os aliados da presidente Dilma Rousseff pretendem redobrar a atenção às indicações, porque avaliam que será necessário um “acompanhamento melhor, digamos assim”, nas palavras de um líder governista, por causa da indicação, pelo PMDB, do senador Romero Jucá (RR) como relator-geral do Orçamento ano que vem. De fato, todo cuidado é pouco.
domingo, 18 de março de 2012
No Brasil o errado é o certo
Já ensinava o filósofo Kafunga (falecido goleiro do meu querido clube Atlético mineiro e comentarista de futebol) que, no Brasil, o errado é que é o certo. Pois é exatamente isso o que está acontecendo na política. A presidente Dilma Rousseff quer fazer o certo, combater o fisiologismo e a troca de favores políticos por votos no Congresso. Por causa disso, enfrenta grave crise em sua base aliada e foi obrigada a trocar os líderes do governo tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado. Resolveu? Não, piorou. O que foi feito então? Chamar o ex-presidente Lula, que soube como ninguém fazer carinho nos nobres parlamentares.
Não custa lembrar que Lula, em seu primeiro mandato, tentou escapar do jeito PMDB de ser e fazer política. Foi obrigado a capitular e incluir os peemedebistas no condomínio federal. Caciques da base recorreram a Lula para tentar conter a crise. Novo líder no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM) esteve pessoalmente com ele no hospital onde se trata de uma pneumonia. O telefone tocou com chamadas do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), entre outros. A todos Lula prometeu entrar em campo para ajudar Dilma.
Voltando a Kafunga, Dilma acabará obrigada a fazer o “certo”. Leia-se: liberar os restos a pagar das emendas parlamentares de anos anteriores e empenhar as deste ano. Será suficiente? Provavelmente não. A presidente terá também de pegar a caneta e pôr o Diário Oficial da União em ação, com as nomeações de ministros e dos cargos de segundo e terceiro escalões. E precisará ainda contar com a ajuda de Lula para conter os caciques que estão de beicinho, principalmente o ex-líder no Senado Romero Jucá (PMDB-RR) e o líder do PMDB, Renan Calheiros (PMDB-AL), que, a cada dia, vê ficar mais distante o sonho de presidir a Casa.
A pessoa ideal
É muito comum ouvirmos de jovens, adultos e
até de pessoas já bem maduras, que estão sós porque até o momento não
encontraram a pessoa certa, aquela com quem, querem envelhecer.
Questionando sobre quem seria a certa, normalmente ouvimos descrições
das mais variadas, sobre alguém que possui um conjunto de qualidades e
requisitos quase impossíveis de serem encontradas em única pessoa.
Ela precisa ser bonita, honesta, fiel,
trabalhadeira, companheira, cúmplice e ter o mesmo nível educacional,
cultural, social e econômico que o seu. Não bebe, fuma ou joga, gosta de
supermercados, mas não de futebol. Está disposta a lhe dedicar sua
atenção em tempo integral, preocupando-se com todos os seus desejos,
necessidades, ambições e, sexualmente, lhe enlouquece. Pessoas que
reúnem todas essas características provavelmente não existem, e quem as
procura é de um egoísmo indescritível, pois nunca diz o que vai dar ou o
que possui para oferecer, mas só o que exige.
A inteligência do candidato raramente é
citada entre as exigências, o que demonstra a falta desse atributo nos
pretendentes que, se pensassem, saberiam que as pessoas de hoje já não
serão as mesmas amanhã, pois as experiências vividas e o aumento do
conhecimento mudam todos, que nunca mais serão os mesmos, nem física nem
mentalmente.
Quando perguntados sobre o que pensam que
provocou o fim de seu longo relacionamento, muitos respondem que seu par
mudou muito, já não se parece em nada com a pessoa com quem se casou.
Mas o que esperavam? As companhias, os desejos e ambições, tudo foi
alterado nesse período.
Ela certamente já não gostará do mesmo
tipo de roupas, músicas, aventuras, velocidade, riscos, amizades ou de
tantas outras coisas que mudaram com o tempo, de modo que seria
inconcebível esperar que alguém permanecesse com os mesmos gostos, ou
que pensasse da mesma maneira que há quarenta anos.
Suas necessidades atuais também já não são
as mesmas, nem física nem emocionalmente e não está mais em busca de
algo financeiramente lucrativo, mas de um tempo livre maior, que possa
ser dedicado ao autoconhecimento, em busca de maior cultura e de maior
convivência com os filhos e netos.
Nesta fase, pouco ou nada do que buscava
na juventude continuará lhe interessando e a beleza física de seu par,
se ele gosta de supermercado, de futebol ou de cinema, são coisas que
sequer serão consideradas em seu relacionamento. Sua procura será pelo
que mais importa atualmente: o companheirismo, a cumplicidade, a amizade
e o carinho.
Será muito comum encontrar-se rindo das
próprias opções, escolhas e exigências juvenis, das preocupações
desnecessárias que teve e dos momentos felizes vividos juntos de sua
companheira. Afinal, essa é a sua história e nada melhor do que poder
partilhá-la com quem dela participou, seja por pouco ou por muito tempo.
Assim, as pessoas certas para determinado
período de nossa vida poderão não sê-lo em outro, pois mudaram, assim
como nós. Se antes necessitávamos de uma companheira jovem, ativa,
disposta a nos acompanhar em muitas aventuras e correrias, hoje
procuramos alguém que compartilhe de nossa maior paciência e da busca da
segurança, com a pouca pressa em atingirmos nosso destino.
Para que isso ocorra, entretanto, é
necessário que sua companheira ou companheiro receba demonstrações
diárias de que você realmente a ama, é seu amigo e companheiro para que
ela, sempre segura disso, passe a retribuir-lhe com tudo o que você
sempre desejou e que realmente importa.
A pessoa ideal, para um relacionamento
inteligente, saudável, maduro e duradouro, só é encontrada quando
entendemos a necessidade do dar e do fazer feliz, pois o receber será
uma consequência natural dessa doação.
João Bosco Leal www.joaoboscoleal.com.br
*Jornalista, escritor, articulista político e produtor rural
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