Por que a presidente Dilma Rousseff (PT) caiu nas pesquisas se a
taxa de desemprego registra bons resultados? A explicação talvez esteja
no carrinho de supermercado, cada vez mais vazio, apesar de a inflação
oficial não estar, ainda, totalmente fora de controle. Nas previsões do
Banco Central, ela deve estourar a meta. Os números de Dilma preocuparam
o Palácio do Planalto, não por causa da aprovação, ainda controlável.
Mas por causa de um detalhe: entre os que consideram a administração
ruim ou péssima estão mais de um quarto (27%) dos entrevistados pelo
Ibope. É difícil convencer esse eleitor a mudar de ideia apenas com a
propaganda política. São necessários bons ventos na economia e muita
sorte.
O sinal de alerta vem ainda de fatos em gestação.
Pelo jeito, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras deve
ser mesmo instalada. Não é à toa que o Planalto já está preparando uma
tropa de choque de elite para controlá-la. Vale, no entanto, a velha
máxima: CPI, sabe-se como começa, não como termina.
Outro
choque pode atingir os índices de aprovação da presidente. Nem é
preciso falar no prejuízo de R$ 6,3 bilhões da Eletrobrás. O governo vem
segurando o reajuste das tarifas faz tempo. O resultado não poderia ser
diferente.
Mas vem do ministro de Minas e Energia,
Edison Lobão, o aviso de que poderá ser lançada uma campanha para pedir à
população que economize energia se não vier um volume grande de chuvas
até maio. E por quê? Para que não haja apagão durante a Copa do Mundo.
Já imaginou? O Brasil cheio de turistas e, de repente, começa a faltar
luz. O Brasil entra em campo e o estádio fica às escuras.
Exagero?
Bem, a entrevista de Lobão foi dada ao Wall Street Journal, de Nova
York, um dos jornais de maior circulação nos Estados Unidos.