Não defendo alcoólatra no volante. Motorista bêbado tem que ir pra cadeia. Contudo, mais uma vez o país promulga lei, ou resolução com força de lei, para
inglês ver. Refiro-me à questão dos limites de consumo de álcool por
todos os motoristas.
Estaríamos implantando a famosa Lei Seca? Como
impedir que os cidadãos de todo o país desfrutem de um happy hour após o
trabalho, participem de festinhas, encontre os amigos num boteco da
esquina para juntos bebericarem, descontrair? Temos transporte público de
qualidade em alguma cidade do país para voltarmos para casa? Qualquer
autoridade, do Executivo, Legislativo ou Judiciário, tem motorista
particular e não vai deixar de tomar seu uísque.
Pago para ver se algum
parente de autoridade ou personalidade vai ser preso por exceder os
limites de consumo de álcool ao volante ainda que, por isso, mate algum
cidadão. Vide o caso do deputado Carli Filho, do Paraná que até hoje está parado. Ou do diretor do Banco Central, Ricardo Neis, 47 anos, que atropelou dezenas de ciclistas na Cidade Baixa, em Porto Alegre. No Brasil é assim, legisla-se contra todos os cidadãos na
tentativa de punir alguns.
No caso de motoristas, por que o Contran não
age efetivamente contra as montadoras de veículos que não
disponinibilizam airbags, freios ABS e outros itens de segurança em seus
produtos? Por que não se punem governantes que não investem na
conservação de rodovias ultrapassadas e assassinas? Primeiro deveria
haver tolerância zero para todas essas questões.