Enquanto a presidente Dilma Rousseff anunciava um pacote de estímulo à economia, para concorrer com o protecionismo dos países desenvolvidos em crise, a política brasileira continuava como sempre: rasteira, rasteira. E olha que nem estamos falando dos sucessivos escândalos de corrupção, nem do senador, agora sem partido, Demóstenes Torres (GO) e seu amigão, o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Nem é preciso tanta roubalheira para ter munição para falar mal de alguns parlamentares, que insistem em fazer chantagem pública, em pôr a faca no pescoço do governo. Só que com a presidente Dilma não é bem assim que funciona. Basta ver seus últimos movimentos.
Ontem, foi a vez de o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (PDT-SP), pôr as manguinhas de fora. Ele fez chantagem explícita contra a presidente Dilma, por causa da demora na nomeação do ministro do Trabalho, pasta que, acredita, continuará nas mãos do PDT. Disse que, se não houver uma definição até o fim desta semana, os pedetistas vão se declarar “independentes”. É conversa para boi dormir. A própria Dilma já deixou a decisão com o próprio PDT. Basta que o presidente do partido, Carlos Lupi, aceite que o deputado Brizola Neto (RJ) seja o novo ministro do Trabalho e ele será nomeado. Só isso.
Também já está tudo acertado para a volta do PR à base governista. Os republicanos da Câmara dos Deputados nunca se afastaram do Planalto. No Senado, por causa de Alfredo Nascimento, ex-ministro dos Transportes, havia mais dificuldades. Não há mais. Só que o retorno será à moda antiga. Primeiro tem que namorar para depois casar de véu e grinalda. Pois bem, o namoro já começou, com o bloco com o PTB no Senado. Gim Argello (PTB-DF) deve ser o padrinho, pois já anunciou que o PR está de volta à base. É assim, o resto é para inglês ver.