Plebiscito, referendo, este ano, ano que vem, talvez não tão cedo, ou nunca. A presidente da República, Dilma Rousseff, faz reprimenda pública no vice-presidente da República, Michel Temer, que é também o presidente de honra do PMDB e apenas externou o que ouviu de seus pares. Não adianta forçar a barra, a decisão é do Congresso e a base de sustentação do governo anda rebelde, muito rebelde. Não vai querer comer o prato feito nas cozinhas palacianas. Passam a sanduíche, já que as emendas parlamentares para agradar às suas bases eleitorais também estão na geladeira. E faz tempo.
Enquanto a classe política não se entende, a população se assusta com a violência nas manifestações de estudantes, com as estradas fechadas pelos caminhoneiros, com prédios públicos como a Câmara Municipal de Belo Horizonte ocupados. É direito constitucional a livre manifestação. Os estudantes ordeiros nada têm a ver com os baderneiros de plantão. Os motoristas de caminhão podem ter seus motivos, mas também é constitucional o direito de ir e vir.
Direito, aliás, que foi usado pelos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e pelo ministro da Previdência, Garibaldi Alves. Com o detalhe de cada um, com seus convidados e familiares, ter usado um avião. Afinal, era jogo da Seleção Brasileira, final da Copa das Confederações. Motivo “justo” com dinheiro do contribuinte.
Se há dinheiro sobrando para voar, que liberem algum para fazer mais escolas, mais hospitais, para asfaltar estradas e tanta coisa mais. E deixem os jatos da Força Aérea Brasileira (FAB) em paz. E, de preferência, em solo.