Enquanto a presidente Dilma Rousseff se encontra com o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, faz o discurso inicial na 70ª Assembleia-Geral das Nações Unidas e volta ao Brasil ainda no fim da manhã, para retomar as negociações da reforma ministerial, vários ministros cumprem agenda como se nada estivesse acontecendo. E olha que haverá redução de ministérios.
O ministro da Pesca, Helder Barbalho, vai à inauguração do Mercado de Peixes em Cruzeiro do Sul (AC) e anuncia a construção do Mercado de Peixes em Rio Branco, capital do estado. E lança a Semana do Peixe, para incentivar o consumo. Aproveita para entregar unidades do Minha casa, minha vida também em Rio Branco. Filho de Jáder Barbalho (PMDB-PA), talvez se mantenha no cargo.
E, na companhia dos colegas do Turismo, Henrique Alves, e do Esporte, George Hilton, Barbalho ainda encontra tempo para assinar Termo Aditivo ao Acordo de Cooperação Técnica para implementação de ações conjuntas, seja lá o que for isso com nome pomposo.
Já o ministro as Cidades, Gilberto Kassab, encontra tempo para anunciar investimentos para saneamento e mobilidade urbana. Onde? Em São Paulo, no município de Santa Bárbara do Oeste. Enquanto espera a reforma, Kassab visita as bases. Certamente será candidato, ano que vem, para prefeito de São Paulo ou, em 2018, para o governo paulista.
O ministro de Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, está na Colômbia, onde leva a experiência da agricultura familiar brasileira ao país vizinho. Compromisso internacional deve ser cumprido, ensina a boa diplomacia.
Esses exemplos demonstram que o governo quer mostrar tranquilidade e que continua trabalhando à espera das chantagens do PMDB na recomposição e na tesoura de Dilma, que vai cortar, pelo menos, 10 de seus 39 ministérios. Mas a ansiedade ainda paira no ar.