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domingo, 13 de maio de 2012
Prato cheio pra Lula
Ninguém sabe, ninguém viu. Mas a informação que corre com força, tanto
no Congresso quanto no Palácio do Planalt,o é de que os novos documentos
que vieram do Ministério Público de Goiás trazem denúncias contra
tucanos de alta patente de São Paulo, além de atingir o governador do
Paraná, Beto Richa, também do PSDB. Esse seria o principal objetivo do
ex-presidente Lula, quando ele insistiu na instalação da comissão. Mas o
governo Dilma continua insistindo para a CPMI trabalhar com calma e sem
precipitação
Põe a vadia na cadeia
O Brasil consegue criar polêmicas que não fazem o menor sentido. A
última é se o governo participou da negociação que levou os donos da
Delta Construções a passarem o controle da empresa para o grupo JBS, que
é dono, entre outras coisas, do maior frigorífico do mundo. Só falta
alguém pedir a decretação da prisão preventiva da senhora Delta
Construções. Ou, quem sabe, de seus 33 mil empregados, para superlotar
de vez as cadeias, já sem espaço, espalhadas pelo país afora. A
discussão levou o governo a divulgar nota oficial, que traz a seguinte
declaração: “Em relação às negociações sobre a mudança do controle da
Delta Construções, o governo federal reitera que não interfere em
operações privadas. São falsas, portanto, as ilações de que a referida
operação teve aval deste governo”.
A nota informa ainda
que está aberta investigação do caso pela Controladoria Geral da União
(CGU), que pode declarar a inidoneidade da empresa, assim impedida, pela
Lei de Licitações, de firmar contratos com o governo. O risco,
portanto, deve ter sido calculado pela empresa que assumiu o controle.
Tanto que a JBS informa que não pôs dinheiro no negócio. Certamente está
esperando para ver se ele será viabilizado, se terá os contratos que
estão em vigor, se vai receber o que o governo deve à Delta.
Tudo
isso pouco importa. Não é a pessoa jurídica que está em questão. Apesar
do nome pessoa, ela não corrompe ninguém. Seu dono, sim, tem condições
de fazer isso. E o Brasil fica discutindo o sexo dos anjos. Se a empresa
pode passar a ter uma gestão honesta, se aceitar auditar todos os
contratos, dar descontos se for constatado superfaturamento ou outra
irregularidade, por que então paralisar as obras e perder tempo?
Juízes mentem para justificar super salários
O Jornal OGLOBO de hoje trás uma
matéria assaz sem vergonha. A reportagem
informa que os salários mais altos do país são de juízes. Daí vem uma
magistrada chamada Renata Gil,
juíza criminal e pasmem vice-presidente de Direitos Humanos da Associação dos
Magistrados Brasileiros (AMB) dizer que: “Talvez o salário de juiz seja mais alto
justamente por não permitir acúmulo com outros rendimentos. Não podemos fazer
bicos ou receber hora extra. Além disso juízes tem a função de poder...” Ah, bom isso explica doutora, mas não justifica
sua mentira! A senhora própria acumula o cargo de vice-presidente da AMB.
Perguntar não ofende: quais são as prerrogativas que o cargo lhe oferece?
Mansão do desembargador milionário, João Uchôa, dono da Universidade Estácio de Sá, em mangaratiba, litoral do RJ que abriga as casas de praia mais ricas do país. (VEJA desta semana) |
Senão vejamos: As faculdades de
direito estão cheias de juízes dando aula, que lhes rendem um bom “bico”. Além
disso, a carga horária de trabalho de um juiz é infinitamente menor a de
qualquer outro trabalhador (por isso a justiça é lenta!). Muitos juízes e desembargadores
ganham uma graninha boa lançando livros em abundância. Como são inteligentes e hábeis
na escrita! Por que então não escolheram a profissão de escritor? De onde tiram
tanto tempo para escrever? Outros são donos de cursos e até universidade, como
a Estácio de Sá, do desembargador João Uchôa e de seus filhos, ambos os juízes,
que se limitam a dizer que são “apenas” professores da instituição. Ah, também tem
os Glioches, donos de cursos de concursos públicos para o judiciário e o MP/RJ.
Detalhe: são juízes, desembargadores e promotores, uma grande família que tem a
“função
de poder” ganhar mais dinheiro do que qualquer outro trabalhador. São
dezenas, é só procurar...
Esta semana ao ler o obituário de
OGLOBO dei de cara com a notícia da morte de um desembargador. Além de um
anúncio fúnebre que ocupava meia página do jornal (deve ter custado uns 50 mil
reais!) havia uma pequena matéria dando conta quem era o sofrido falecido desembargador
- Aloysio Maria Teixeira. A frase inicial do texto diz: “Dono do Copacabana
Praia Hotel, autor de vários livros, Fundador da PUC de Petrópolis, diretor do
BNH e da Caixa Econômica Federal”. Putz grila, como é que esse doutor teve
tempo de acumular tantos “bicos” na vida.
Pra terminar leiam novamente a reportagem da revista VEJA abaixo, e perceba o quanto a magistrada, Renata Gil, Vice-presidente dos Direitos Humanos da AMB se faz de desentendida para proteger seu "minguado" salário.
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Os excessos na criação dos filhos
Apesar de milhões de pessoas no mundo não
possuírem acesso à alimentação, saúde e educação, outras são
literalmente infelizes pelo simples fato de haverem nascido em lares que
lhes proporcionam de tudo, até em excesso.
Elas normalmente se tornam duras,
desacreditando de tudo e de todos, se seus amigos, namoradas ou esposas
estão ao seu lado por elas ou por outros interesses. Tornam-se
totalmente inseguras, não conseguindo acreditar quando recebem amor
verdadeiro.
Apesar de possuírem os mais diversos bens
materiais que o dinheiro pode comprar, como carros, motos, iates, aviões
e frequentando os lugares mais luxuosos e caros do país e do exterior,
percebe-se com muita facilidade a infelicidade de muitas dessas pessoas.
Normalmente isso se deve ao fato de seus
pais terem permanecido durante tantos anos trabalhando em busca do
aumento de suas fortunas, que não tiveram tempo de lhes fornecer algo
que mais importaria na formação do ser humano e que, financeiramente,
não custa absolutamente nada: afeto, carinho e amor dos pais. E para
compensar seu afastamento, davam-lhes bens materiais.
Já no início de sua convivência social,
frequentando os primeiros anos de escola e por possuírem cada vez mais
coisas que seus amiguinhos, elas já começam a ser marginalizadas pela
grande maioria que não possuem aqueles bens e, talvez até para compensar
esse fato, cada dia mais tentem se sobressair e ganhar simpatia dos
outros, ostentando objetos exclusivos ou de posse rara, agravando a
situação e tornando-se ainda mais isoladas ou cercadas de interesseiros.
Essas crianças então vão percebendo que,
apesar de possuírem muitos bens, são pouco queridas e isso vai
provocando consequências na formação de sua personalidade e do ser
humano em relação à sociedade.
Na juventude, seus desvios de caráter já
podem ser notados com mais facilidade. Discussões desnecessárias,
brigas, envolvimento em diversos tipos de escândalos, acidentes,
bebedeiras e uso de drogas são, proporcionalmente, muito mais comuns
entre os que materialmente têm em excesso, do que entre os que pouco ou
nada possuem.
As crianças e os jovens sem limites de
hoje, resultado desses tipos de comportamentos, certamente serão os
adultos sem limites de amanhã, de convivência difícil em sociedade, pois
acostumados a fazer só o que desejam, terão de respeitar as leis e os
limites como todos.
Serão obrigados a se submeterem às leis do
condomínio do prédio ou do residencial onde moram, as do trânsito e
todas as outras que regem a convivência social. E mesmo utilizando seu
avião ou jatinho particular, terão que obedecer às ordens das torres de
comando dos aeroportos, autorizando a decolagem e o pouso destes.
Enfrentarão filas nos cinemas, teatros,
lojas, restaurantes, postos de gasolina e aeroportos, como qualquer um. E
no final de suas vidas, serão enterrados ou cremados no mesmo espaço
destinado a outros cidadãos.
E necessitarão de suporte financeiro para
manter esses excessos, mas não terão, pois os que sempre lhe deram tudo
um dia faltarão, e deixarão aquele que sempre só recebeu sem saber
buscar sequer o próprio sustento, o que é vergonhoso e humilhante para
qualquer ser humano.
Aquele que materialmente pouco tem e
consegue crescer financeiramente, sempre valorizará o que possui, mas
dando aos seus em excesso, certamente comprometerá seu futuro.
Ao invés de excessivos presentes,
nossos filhos precisam de amor, carinho e de serem preparados para
administrar o patrimônio que receberão.
João Bosco Leal www.joaoboscoleal.com.br
Jornalista, escritor e produtor rural.
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