Está explicado por que chove tanto pelo país afora. PT e PMDB chegaram a um acordo sobre a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados e o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, pelo jeito, conseguiu conter o ímpeto peemedebista na briga por cargos no segundo escalão do governo. Só que o serviço de previsão meteorológica deve estar equivocado, para saber que haverá tanta paz assim daqui para a frente. Pode até ter havido um freio de arrumação, já que as desavenças entre os dois partidos estavam sendo discutidas em público e pelos jornais, o que não é um bom início. Afinal, o que começa mal, termina pior ainda.
A prioridade no PT é garantir a eleição de Marco Maia (PT-RS) para a presidência da Câmara dos Deputados. Imagina um petista na presidência da Câmara e Sarney na presidência do senado, se gritar pega ladrão não fica um, meu irmão! Portanto, quanto menos marola agora, melhor. A prioridade do PMDB é não perder a coleção de boas boquinhas que tem nas estatais, algumas das quais já transferidas para petistas. O caso do Ministério da Saúde é emblemático. Palocci determinou ao ministro Alexandre Padilha que negocie com o PMDB a escolha do presidente da poderosa Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Padilha, que já se estranhou com os peemedebistas, terá de engolir em seco para cumprir a ordem do Palácio do Planalto. Para despistar, os dois lados dizem que a escolha recairá sobre um nome técnico. É pura embromação.E genta pensa que nós somos otários...
E assim caminha a humanidade em Brasília, neste processo de formação de governo e de montagem das mesas diretoras no Legislativo. São dois processos que não deveriam se misturar. Afinal, não existe a tal independência dos poderes? Só se for para inglês ver. Na hora de disputa por espaço político, a única regra que pesa é a do vale tudo, da promiscuidade, da falta de ética e... dá-lhe podridão!