Envolvido no processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal
(STF), José Dirceu, quando era ministro da Casa Civil, era o grande
mentor do projeto de poder do PT. Ele ainda dá seus palpites, mas está
completamente afastado do poder decisório dentro do partido. Suas
idéias, no entanto, ganharam vida em vozes cada vez mais frequentes nas
discussões internas. Uma delas é uma espécie de plano B para as próximas
eleições. Plano B não. Melhor dizendo: plano L, de Lula.
O
objetivo petista é se manter por décadas no poder. Por isso cresce a
tese entre alguns de seus caciques de que a presidente Dilma Rousseff,
mantido o estilo atual de pouco ligar para as questões políticas e as
condições econômicas, teria grande chance de se reeleger em 2014, mas
grandes dificuldades para fazer o seu sucessor.
Afinal,
quem tem a incrível capacidade de transferir votos é o ex-presidente
Lula, que tirou da cartola o nome de sua ministra-chefe da Casa Civil,
que até então nem eleição havia disputado, saiu pelo país afora e fez
dela a sua sucessora. Dilma, além de não ter a mesma capacidade de
transferência de Lula, impede, com seu estilo centralizador, que novas
lideranças possam surgir dentro do partido, “não deixa ninguém crescer”,
para usar as palavras de um petista de costas largas.
Por
isso o plano L. Lula voltaria a ser o candidato em 2014. Pelas
pesquisas atuais, quase imbatível. Em seguida, viria o plano D, de
Dilma. Ela seria a candidata em 2018, com mandato até 2022.
Este
é o jeito PT de ser, de olho no poder. Só que por debaixo dessa ponte
ainda há a Copa do Mundo de 2014, as Olimpíadas de 2016, muitos gols a
serem marcados e muitos recordes a serem quebrados. Ou será que o PT vai
bater o recorde de permanência no poder no Brasil?