Era a crônica do embargo infringente anunciado. Mas era preciso
aguardar, afinal, já diz o ditado, cabeça de juiz... Mas não houve
surpresa. Decano do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Celso de
Mello manteve a coerência e desempatou o julgamento do escândalo do
mensalão em favor dos réus, que terão direito a novos recursos. E foi
explícito ao defender que o bom direito, muitas vezes, precisa ser
“antagônico ao clamor popular”. De fato, a população brasileira tem
pressa em chegar a um veredicto sobre os malfeitos do PT com o dinheiro
público na época do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Terá de
esperar mais um pouco.
Difícil é entender por que o PT lutou tanto para que os embargos fossem aceitos. O partido pode ser o maior prejudicado, eleitoralmente dizendo, caso o julgamento se arraste por muitos meses e entre pelo ano que vem, quando a presidente Dilma Rousseff vai disputar a reeleição.
Será a força do ex-ministro José Dirceu? Será a presença de estrelas entre os réus, como o ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT-SP)? Será a precária saúde do deputado José Genoino (PT-SP)? São respostas difíceis de dar.
O fato é que o Supremo, mesmo dividido, não se curvou à pressão do “clamor popular” citado por Celso de Mello. É este o papel do bom magistrado. Não é atender a opinião pública, é julgar seguindo os preceitos jurídicos, sem emoção ou comoção, mas com o rigor da liturgia não revogada nem derrogada do bom exercício da magistratura. Foi assim que o ministro Celso de Mello se comportou.
Agora, resta saber quem ganha e quem perde com o prolongamento do julgamento do mensalão. O Judiciário brasileiro, pela independência do Supremo, já ganhou. Quanto aos réus e os políticos que os rodeiam, só o tempo dirá.
Difícil é entender por que o PT lutou tanto para que os embargos fossem aceitos. O partido pode ser o maior prejudicado, eleitoralmente dizendo, caso o julgamento se arraste por muitos meses e entre pelo ano que vem, quando a presidente Dilma Rousseff vai disputar a reeleição.
Será a força do ex-ministro José Dirceu? Será a presença de estrelas entre os réus, como o ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT-SP)? Será a precária saúde do deputado José Genoino (PT-SP)? São respostas difíceis de dar.
O fato é que o Supremo, mesmo dividido, não se curvou à pressão do “clamor popular” citado por Celso de Mello. É este o papel do bom magistrado. Não é atender a opinião pública, é julgar seguindo os preceitos jurídicos, sem emoção ou comoção, mas com o rigor da liturgia não revogada nem derrogada do bom exercício da magistratura. Foi assim que o ministro Celso de Mello se comportou.
Agora, resta saber quem ganha e quem perde com o prolongamento do julgamento do mensalão. O Judiciário brasileiro, pela independência do Supremo, já ganhou. Quanto aos réus e os políticos que os rodeiam, só o tempo dirá.