Na ciência, a questão está pacificada: homossexualidade não é patologia,
mas um comportamento tão normal quanto a heterossexualidade. Desde 1990, a
Organização Mundial de Saúde (OMS) suprimiu o tema da Classificação
Internacional (CID). Cinco anos antes, no Brasil, o Conselho Federal de
Psicologia (CFP) o havia retirado da lista de transtornos, como fizeram as
associações norte-americanas de Psiquiatria, em 1973, e de Psicologia, em 1975.
O médico e escritor Dráuzio Varell a afirma que os que veem a homossexualidade
como desvio, como aberração da natureza, o fazem por absoluta ignorância. Ele
lembra que o comportamento é controlável, mas o desejo, impossível.
Quem está em conflito com os próprios desejos que busque a ajuda de um
especialista, seja psicólogo, seja profissional de saúde. Mas a insatisfação
individual não pode ter força suficiente para se transformar em patologia ou
crime, nem ser confundida com epidemia. A mudança implicaria tornar verdades
sofismas que embasam preconceitos e, queiram ou não, incentivam a violência e o
ódio contra os homossexuais e outros segmentos sociais minoritários.
O noticiário policial mostra, com muita frequência, os danos que esses
estímulos provocam na população LGBT. Ora as pessoas são espancadas, ora são
mortas por ter comportamento diferente dos heterossexuais. As políticas
públicas para conter os crimes motivados pelo ódio não têm sido eficientes. Em
determinadas situações, nem sequer parecem existir.
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