quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Obama clama, na China, por liberdade de imprensa, mas se omite sobre censura nos EUA
Lindorff enumerou alguns casos mais vergonhosos de censura e autocensura à imprensa nos EUA.
Ele afirmou que mais de 1 milhão de quilos de munições, à base de urânio foram usadas na invasão norte-americana do Iraque, a maior parte em áreas povoadas onde milhões permanecem expostos à poeira radioativa do material queimado. Também no Kuwait, Afeganistão e Kosovo foi usado urânio.
"O tema é ignorado pela mídia dos EUA. O Pentágono mente sobre o fato e esconde há anos os efeitos desta substância letal, usada em granadas, bombas e balas por causa de sua capacidade única de penetrar blindagens de aço e paredes de concreto de abrigos antiaéreos. O órgão recusa-se a revelar onde as armas foram usadas e nega aos soldados dos EUA os testes que mostrariam se eles foram contaminados", disse ele.
O jornalista denunciou que o Pentágono chegou a pagar jornalistas mercenários para, furtivamente, caluniar, difamar e minar de outras maneiras as fontes militares e repórteres que tentaram expor este flagelo.
Ele acrescentou que só recentemente surgiram reportagens na SkyTV e no jornal The Guardian, ambos da Grã-Bretanha, revelando aumento alarmante de defeitos de nascença incomuns e de câncer infantil em Faluja e outras cidades iraquianas, como Basra, Najaf, Bagdá e Samara – todas áreas urbanas onde houve grandes ataques das forças dos EUA tanto na invasão inicial, quando a maioria das armas de urânio foi usada, quanto nos combates posteriores contra grupos insurgentes escondidos.
Para Lindorff, não há motivo para a mídia dos EUA não poder informar sobre o urânio e seu legado mortal nos lugares onde foi usado e isto demonstra o nível de censura e auto-censura existente no país, onde uma das formas mais potentes de censura é cultivada pela mídia de propriedade privada - supostamente, bastião da liberdade de expressão.
"Os norte-americanos sabem que a Al Qaeda foi, na verdade, uma criação da CIA? Não. Esta importante peça de informação não é mencionada na mídia dos EUA, que sempre começa a contar a história da organização a partir de 1988, o ano em que ela foi batizada, quando na verdade suas origens datam do armamento dos mujahedin pelos EUA, e pelo serviço de inteligência paquistanês, ligado à CIA, o ISI, no final dos anos 1970 e início dos 1980, quando o governo norte-americano queria criar e apoiar a resistência à ocupação soviética do Afeganistão", afirmou o jornalista.
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