“Esta é a primeira conversa. O nosso bloco hoje é aliado do PT e não dará um passo antes de ouvir a presidente eleita Dilma Rousseff. A decisão de hoje não é para confrontar nem conflitar, mas para coordenar os trabalhos nesta Casa e fora dela.” A frase é do líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (RN), que almeja chegar ao comando da Casa. Ela foi dita durante o anúncio do bloco entre o PMDB, PR, PP, PTB e PSC. Aliás, um bloco não, um superbloco, com nada menos que 202 parlamentares. Não custa lembrar que, reza a tradição, quem tem a maior bancada indica o presidente da Câmara. Ou quem tem o maior bloco. Daí o peemedebista ter saído na frente, já que o PT pretendia se aliar ao PSB, ao PCdoB e a outras legendas nanicas. O recado é claro.
Não custa repetir, só para mostrar o detalhe: “O nosso bloco hoje é aliado do PT e não dará um passo antes de ouvir a presidente eleita Dilma Rousseff”. O bloco hoje é aliado do PT? Quer dizer que amanhã pode não ser? E a referência a Dilma, logo em seguida? Será que vale o mesmo para a presidente? O PMDB hoje é aliado dela e amanhã pode não ser? É um jogo pesado. E será jogado pelo PMDB com todo o empenho. Isso é tão certo quanto o lambari ser pescado.
O PT fingiu que não sentiu o golpe. O presidente do partido, José Eduardo Dutra, apressou-se em ressaltar que não há “racha” na base aliada e que a disputa pelo poder na Câmara dos Deputados é natural. É, pode até ser. O certo é que o PMDB fez jogada de mestre e, se não levar na Câmara, vai querer compensação no ministério. Ou seja, vai levar, de um jeito ou de outro.
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