Agora, não adianta chorar o leite derramado. Se o valor do salário mínimo, ao ser votado no Congresso, ficar R$ 1 que seja acima de R$ 545, estará configurada a primeira derrota política da presidente Dilma Rousseff. Tudo bem que a recomendação vem da equipe econômica e que Dilma tem razão de focar o início de sua gestão no controle da inflação. O problema é a forma como a questão foi colocada. Sem contar com o novo slogan de Dilma: "País rico é país sem miséria". O líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), partiu para cima da base aliada. E avisou, com todas as letras, que “quem votar contra os R$ 545 será considerado dissidente”. Tática arrogante, ameaçadora. A pressão deveria ter sido feita internamente, não pela imprensa. É a velha falta de habilidade política do jeito petista e paulista de ser.
A oposição vai assistir à votação do mínimo, provavelmente na quarta-feira, de camarote. Os tucanos, oficialmente, vão bater na tecla dos R$ 600, só para não desautorizar publicamente o ex-candidato do partido à Presidência da República José Serra. Mas, na verdade, ficariam muito contentes se o valor ficasse em R$ 560, contando com votos de outros partidos, como o PDT do deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força Sindical. O próprio senador Aécio Neves (PSDB-MG) pregou responsabilidade na condução do tema.
Na verdade, o país assiste a um jogo político que deixa de lado os verdadeiros interesses da nação. Derrotar o governo passa a ser mais importante que preservar a estabilidade. Se as prefeituras pelo país afora têm condições de arcar com o custo maior, ninguém pergunta. Se haverá responsabilidade na hora do voto, o painel da Câmara mostrará esta semana.
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