Não custa lembrar que as mulheres são, pelo terceiro ano consecutivo, a maioria do eleitorado brasileiro |
As mulheres têm muitos motivos para comemorar a data de hoje. Entre eles, o aumento da participação feminina nos espaços da política, predominantemente masculinos, com a chegada da primeira mulher à Presidência da República. Um salto importante para quem há muito tempo já assumiu o papel de chefe de família. Pesquisa recente divulgada pela Fundação Perseu Abramo, em parceria com o Sesc, apontou outros avanços, como a redução da violência doméstica, a melhora do grau de satisfação sexual, maior confiança das mulheres em sua capacidade de atuar na política e aumento da percepção do uso negativo da imagem feminina na grande mídia.
Mas ainda tem muito chão pela frente no longo caminho que o Brasil precisa trilhar na busca pela igualdade de gênero. A despeito do endurecimento da legislação, o grau de violência contra a mulher ainda é alto e preocupante. No campo do trabalho, os salários ainda são mais baixos que os dos homens, as oportunidades menores e a jornada de trabalho tripla. No campo da política ainda são pequenos os espaços de comando preenchidos por mulheres. Nas relações cotidianas ainda é grande o preconceito contra as mulheres que não se encaixam no padrão de comportamento exigido e tido como modelo para o sexo feminino.
A chegada de uma mulher ao mais importante cargo da República é apenas um passo. Passo que pode ser maior ou menor dependendo da postura do Congresso Nacional. Lá tramitam projetos importantes para as mulheres, como a regulamentação do aborto, o aumento da licença-maternidade, a garantia de creches (uma das coisas mais fundamentais para garantir o acesso ao mercado de trabalho), inclusive em penitenciárias, a obrigatoriedade da cobertura pelo SUS e planos de saúde de cirurgias plásticas de reconstrução de mama para vítimas de câncer. Não custa lembrar que as mulheres são, pelo terceiro ano consecutivo, a maioria do eleitorado brasileiro.
Obs.: O STF, a corte maior do país, através do ministro Marco Aurélio Mello, ratificou as palavras de um magistrado mineiro, Dr. Edilson Rumbelsperger Rodrigues, ao dizer, mês passado, que o juiz "apenas" usou de sua liberdade de expressão quando disse nos autos de um processo que a "Lei Maria da Penha é abominável, e que a mulher é a desgraça do mundo" e assim, deixou de ser punido pelo CNJ, que o considerou um desiquilibrado mental e tentou afastá-lo por dois anos, para tratamento, do TJMG - aliás, com toda razão! Acho esse caso emblemático e que não deve passar desapercebido, principalmente, no dia de hoje!
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