Fogo morro acima, água morro abaixo, não tem jeito. Ninguém segura. A Câmara dos Deputados deve votar hoje, no mais tardar amanhã, o projeto do novo Código Florestal. E deve aprová-lo com folga. Não apenas por causa da bancada ruralista. Mesmo entre os petistas, há vários parlamentares que defendem o texto do relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que, aliás, está com a bola toda na Casa. Para ter uma ideia, se o governo não negociasse com ele e insistisse em retirar alguns pontos da polêmica, Aldo venceria em plenário. É uma disputa complicada para o Palácio do Planalto. Há três forças em ação. De um lado, o governo. Do outro, os grandes e os pequenos produtores. E isso num lugar onde há centenas de fazendeiros. Não é à toa que a bancada ruralista é tão numerosa.
Aldo, no entanto, conseguiu negociar bem com o governo da presidente Dilma Rousseff. Acatou os principais pontos pedidos pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ainda que não haja uma definição sobre a questão da distância da reserva legal às margens dos rios. Se depender de Aldo, o assunto será entregue aos municípios. Bem, neste caso, nada mais é preciso dizer. Os prefeitos das pequenas cidades não vão brigar com os grandes fazendeiros. Ou vão, se eles forem de grupo político adversário. É aquela história: nesses municípios, ainda impera a antiga rivalidade da UDN e PSD. Um não bica o outro de jeito nenhum.
Sem muito o que fazer, os ambientalistas vão tentar, no mínimo, fazer barulho. A estratégia a ser adotada será tentar adiar a votação. Pelo menos foi isso o que decidiram a ex-senadora Marina Silva (PV-AC) e o deputado Zequinha Sarney (PV-MA). Aí, volta a história do fogo, da água e do morro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário