Desta vez, quem diria, o PSDB não tucanou, desceu do muro. E a descida foi do lado do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Ex-governador de São Paulo e candidato derrotado por Dilma Rousseff (PT) na eleição presidencial do ano passado, José Serra (PSDB) esperneou o quanto pôde e deu margem à especulação de que nem compareceria à convenção de ontem em Brasília, bateu o pé que queria o comando do Instituto Teotônio Vilela (ITV) e de seu gordo orçamento, mas foi obrigado a capitular depois de perceber que, se fosse a voto, daria a dimensão de sua derrota. Melhor fingir que tudo terminou em um acordo entre amigos e que o partido está unido. É para inglês ver. Se o PSDB está unido, tirando parcela dos tucanos paulistas e do sempre reticente baiano Jutahy Magalhães, é em torno de Aécio. Contra fatos não há argumentos.
Mesmo depois de o alto tucanato ter varado a madrugada em negociações para tentar um acordo, Aécio acordou cedo para dar uma demonstração inequívoca de força dentro da legenda. Tomou café da manhã às 8h com 40 deputados do partido. A bancada no Senado já estava fechada com Tasso Jereissatti para o comando do ITV. Juntando a fome com a vontade de comer, Aécio mandou o recado a Serra: melhor um acordo, mesmo que ele signifique uma derrota, do que contar os votos e saber o tamanho dela. Serra preferiu não arriscar.
Nos discursos, os tucanos voltaram ao muro. Insistiram que o partido precisa dar um passo de cada vez, focar nas eleições municipais do ano que vem e que a sucessão presidencial de 2014 não é assunto para agora. Quem quiser acreditar que acredite. O encontro dos caciques do PSDB mostra quem é o líder do partido neste momento.
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