Depois dos principais países da América Latina passarem a limpo sua história, especialmente aquela relativa aos respectivos períodos autoritários, o Brasil parece que finalmente vai sair de sua letargia. A Argentina, por exemplo, já condenou o ex-ditador Jorge Rafael Videla à prisão perpétua, e o último ditador, Reynaldo Bignone, a 25 anos de cadeia. Não satisfeitos, os argentinos, na prática, anularam a anistia concedida por Carlos Menem aos policiais civis e aos militares pelos crimes praticados durante a ditadura. Reabriram processo por sequestro dos bêbes. Estima-se que 460 nascidos nas prisões foram tirados de suas mães e criados por outras famílias naquele país. Vários militares de alta patente, entre eles os dois generais, voltaram ao banco dos réus recentemente.
Faz tempo que a presidente Dilma Rousseff se empenha para conseguir emplacar a Comissão da Verdade. No Congresso tramita um projeto de lei destinado a instituí-la para investigar os destinos e as circunstâncias dos desaparecimentos políticos de cidadãos brasileiros durante os anos de chumbo. Em tese, a Comissão da Verdade somente investigará fatos do passado. Não tem poder para iniciar ou sugerir processos criminais, uma vez que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a anistia dada pelo general Figueiredo vigora.
Na prática, a comissão reabrirá algumas questões que publicamente ficaram sem respostas. Afinal, como desapareceram os desaparecidos? Onde estão os corpos para que as famílias possam enterrá-los? Quem matou e a mando de quem? Mas essas questões podem levar a outras. Os militares e os policiais envolvidos com a repressão não fizeram a guerra suja sozinhos. Quem os apoiou e os incentivou?
É um enredo que pode repassar nossa história a limpo e reabrir um velho debate. Afinal, é correto anistiar crimes contra a humanidade? Tudo indica que a Comissão da Verdade vem para ficar. Governo e oposição fecharam acordo para a sua instalação. A história e a sociedade agradecem. Nada melhor para uma democracia do que julgar aqueles que contra ela conspiraram. Serve de exemplo para candidatos a ditadores.
Contudo, não podemos esquecer de mencionar que a tortura no Brasil ainda acontece em larga escala nas delegacias, nas prisões, nas favelas etc, e ninguém abre essa caixa preta. Só querem falar na ditadura que torturou Dilma.. eu, hein!
Porque seu blog não tem opção para postar no FC?
ResponderExcluirPerdão amigo, mas o que vem a ser o FC?
ResponderExcluirFacebook.
ResponderExcluirTenho acompanhado suas postagens e acho muito interesssante o que escreve.
Gostaria de poder compartilhar no FC.
Abraços.
Claro! Eu estou começando no Face e ainda erro muito na hora de postar...fique a vontade! Mas, porque esse anonimato?
ResponderExcluirNão tem como postar pois falta a opção em seu blog.
ResponderExcluirTudo que leio e acho interessante em blogs eu posto no FACE, acho que seria muito bom divulgar suas postagens, lá temos retorno e comentários.
Pensenisso.
Tem como postar toda matéria direto de seu blog, o meu que só tem uma postagem tem a opção.
ResponderExcluirCaro Eduardo.
ResponderExcluirEm minha opinião tratar da verdade depois de todo ocorrido torna-se uma tarefa deveras complexa e não acredito que ajudaria muito a resolver questões tão pouco esclarecidas até mesmo para muitos que participaram dos "anos de chumbo".
A anistia "ampla, geral e irrestrita" de Figueiredo beneficiou ambas as partes e depois de tantos anos após a abertura nós assistimos abismados a distribuição de pensões para ex-exilados sem carência contributiva e o poder aquisitivo dos militares despencando junto com suas prerrogativas.
Não sou militar, mas também não sou hipócrita e assisto diariamente a uma corrida ensandecida pelo poder se espreitando pela obscuridade da corrupção enquanto a povo é literalmente sedado com subterfúgios que os arrancam de uma verdade pragmática que nos destrói! Como pentes e espelhos dados aos índios na ocasião da aurora de nossa história.
Será que esta corrupção de hoje não faz mais vítimas que o período da ditadura?
Nietzsche trata em sua obra "Genealogia da Moral" a formação conveniente do conceito de "bem" e "mal" interpretada na evolução da ética em um contexto de crueldade e julgamentos de valores covardes, o que não deixa de ser uma crítica às tradições e ideologias tão valiosas para a humanidade. Mas não seria este o caminho para entrarmos na verdadeira seara do óbvio, do que somos realmente e do que devemos fazer para mudar nosso destino?
A justiça no Brasil está batendo cabeça em institutos jurídicos mal dimensionados, confusos e contraditórios por elementos que não conseguiriam gerir nem mesmo um botequim.
A evolução do conceito de “Crimes contra a humanidade” veio depois de assistirmos a tantos espetáculos de horror espalhados pelo mundo no decorrer da história da humanidade e não podemos fazer disso um discurso sofista para eleição de pessoas que deveriam estar presas, pois não olham pelos milhões de desamparados nos corredores da morte de hospitais que mais parecem uma pocilga, de delegacias e presídios piores que os calabouços do Inferno onde até mesmo Dante duvidaria da existência após atravessar o seu próprio purgatório.
A tortura velada das ameaças tácitas que corroem o pouco que nos resta e demonstra uma perigosa conveniência de determinados setores que funcionam como relógios suíços com seus muitos mecanismos de filtragem capazes de prender em suas redes até mesmo um piolho poderiam emprestar sua competência para descobrir o destino do dinheiro publico que desaparece como um gás flatulento.
Temos problemas mais urgentes para resolver no Brasil e não podemos mais perder tempo com “coisas do passado”, afinal de contas não temos representantes competentes à altura para descobrir o que de fato aconteceu e nem dinheiro para desperdiçar com isso. Eles só conseguem enxergar o próprio umbigo e seriam incapazes de encontrar o próprio rabo enterrado.
Vamos cuidar dos esquecidos pelas ruas, dos nossos doentes, das nossas crianças que não sabem mais o que ter como heróis, dos nossos idosos desrespeitados dia a dia. Vamos fiscalizar os institutos jurídicos para educarmos o bando de arrogantes que desfilam seus poderes e prerrogativas sem dar o devido retorno que costumamos chamar de “resultados de trabalho”. Vamos cobrar, acompanhar, denunciar, criticar e produzir mais.
Deixem o passado onde está!
Excelente comentário, Carkos! Obriigado e repita a dose... Abs, Eduardo.
ResponderExcluirTortura é você está dentro de sua casa tranquilo e marginais invadi-la com armas matar você e sua familía e ainda sair rindo.
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