O clima no Congresso ontem à tarde era de espanto. Deputados e senadores ficaram fora do timing da presidente Dilma Rousseff, que, ao contrário do que havia dito no dia anterior, demitiu o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Ah! Tudo bem que o ministro divulgou sua “carta de demissão”, que fala até em “caráter irrevogável” de sua decisão. O Congresso virou uma cagalhofança. Enquanto Dilma convocava os caciques do PR, já que pretende manter o comando da pasta com o partido, reuniões e mais reuniões eram feitas para montar lobbies para vários ministeriáveis. Mesmo assim, de forma desorganizada e sem nexo. É que os parlamentares não estão acostumados com decisões desse tipo. Do tipo fala e desfala.
Embora o PR prefira um político no cargo, até ontem à noite o nome mais cotado era o do atual secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. Ele já foi ministro da pasta. Ocupou o cargo quando Alfredo Nascimento se desincompatibilizou para disputar a eleição para o Senado. Dilma tem confiança em Passos. Tanto que só tratava de assuntos da pasta direto com ele, não passava pelo gabinete do ministro Alfredo Nascimento. O perfil técnico de Passos, no entanto, não agrada aos republicanos. Eles queriam, digamos assim, alguém que entendesse melhor as necessidades políticas e partidárias... chegado a uma gatunagem básica...
Só que, se Dilma optar por subir com Paulo Sérgio Passos para o comando do Ministério dos Transportes, o PR terá de engolir em seco e acatar a decisão. Mais vale um pássaro na mão do que dois voando. Ciente que PT e PMDB também estão de olho no cargo, os republicanos não vão correr o risco de perder a pasta e nem vão ter dúvidas em aceitar. E ainda farão rasgados elogios ao seu filiado ilustre.
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