Quanto mais cascas de banana estiverem no caminho, menor será a disposição do governo de votar, ainda este ano, o projeto de Orçamento da União de 2012. Muito antes pelo contrário. O Palácio do Planalto não está nem um pouco preocupado com a votação da proposta e não pretende mover mundos e fundos para que ela seja votada. Não é à toa que o relator Arlindo Chinaglia (PT-SP) tem sido duro na queda, por exemplo, com os reajustes de categorias poderosas, como o Poder Judiciário. Seu relatório final não previu nem esse nem outros aumentos de salário, por mais que o lobby tenha sido intenso. Se insistirem, o governo esvazia o plenário e trabalha o ano que vem com 1/12 do valor do Orçamento por mês.
A posição cômoda do governo enfraquece as chantagens que estavam sendo feitas. O deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (PDT-SP), por exemplo, apresentou um destaque para dar aumento real também aos aposentados que ganham acima do salário mínimo. Para derrubar o destaque, a base governista teria de vencer no voto em plenário. E o Congresso está vazio, com o quórum baixo. Melhor que correr o risco é deixar para lá e não votar o Orçamento. Outras chantagens estão sendo enfrentadas com o mesmo antídoto.
O problema dos parlamentares é que ano que vem tem eleições municipais. Sem Orçamento, em plena crise econômica mundial, o melhor para o Ministério da Fazenda é fazer caixa com a liberação a conta-gotas dos recursos. Será uma exceção zero, por exemplo, das emendas dos deputados e senadores, o que faria os prefeitos ficarem de cabelo em pé. Pelo jeito, o Palácio do Planalto tem boas chances de conseguir tirar a faca de seu pescoço. Os chantagistas de plantão podem ser obrigados a dar os anéis para não perder os dedos.
CARO EDUARDO
ResponderExcluirNÃO TEMOS UM CONGRESSO PAGO POR NÓS PARA TRABALHAR PARA NÓS E SIM UMA CASA DE CHANTAGISTAS DE OLHO APENAS NAS RECOMPENSAS PESSOAIS.
"BRASIL DE POUCOS, BRASIL DE TUDO DE RUIM"
Marisa Cruz