Até bem pouco tempo, com os ventos soprando fortemente nas velas do liberalismo triunfante, a frase ganhava a boca e escritos de cristãos velhos e novos do fundamentalismo liberal. O patriotismo original foi substituído por nacionalismo e tudo aquilo que cheirasse ao protecionismo.
Mas a história é cruel. Com contornos diversos, nacionalismo, patriotismo e protecionismo voltam revigorados ao cenário mundial. Na França, o velho patriotismo assume a sua faceta xenófoba pelas mãos de Marine Le Pen. O protecionismo econômico, que jamais deixou a agricultura do primeiro mundo, ressurge forte nas políticas industriais americanas e em países da velha Europa. O nacionalismo entra em cartaz na Argentina com o velho filme das Malvinas e logo reaparece na nacionalização da YPF. Los hermanos perceberam tardiamente o papel indutor que empresas de energia e do porte de uma Petrobras podem ter economias em desenvolvimento. De quebra, Evo Morales promulgou ontem um decreto nacionalizando a empresa Transportadora de Eletricidade S.A., gerida pela filial do grupo Rede Elétrica Espanhola.
Aqui no Brasil, onde o nacionalismo só chega pelas mãos do selecionado nacional, a discussão sobre as recentes medidas de política industrial já se esgotou. Todo o debate que se ensaiou a respeito do pior momento da indústria “nativa”, melhor dizendo, aqui instalada, já se esvaiu. Temas “mais importantes” como o mensalão e, especialmente, a CPI do Cachoeira são focos da atenção máxima de todo o parlamento, que demonstra a sua total incapacidade de atuar em questões que são caras ao futuro da economia e da sociedade. O mundo mudou, o país também, mas nossos idiotas continuam os mesmos. Nem de refúgio mudam...
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