As revelações do ex-delegado do Departamento de Ordem Político Social
(Dops) Cláudio Guerra publicadas no livro Memórias de uma guerra suja,
dos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros, são graves e merecem
um olhar atento das autoridades. Desde que elas vieram à tona, alguns
insistem em tratá-las com desconfiança e não com a seriedade e urgência
que elas requerem. É que pesa contra Guerra um certo descrédito. Afinal,
por qual motivo um assassino frio e torturador resolveu, depois de
tanto tempo, desenterrar essas histórias e revelar seus crimes de
maneira tão espontânea?
Alguns apostam que a intenção seria promover o livro, que tem o ex-delegado como personagem principal. Outra teoria dá conta de que ele estaria com problemas mentais e que todas as revelações não passam de delírio. Também há uma corrente que desconfia do fato de ele ter se convertido e virado pastor da Assembleia de Deus. Ou quem sabe tudo isso junto.
O problema é que de louco e aproveitador o ex-delegado parece ter pouco. Pelo contrário, em entrevista esta semana exibida pela TV Brasil, ele aparenta muita lucidez e uma ótima memória. Dá detalhes, cita nomes e locais, conta como matou e ajudou a dar fim em quem militava contra o regime militar.
O depoimento de Guerra tem de ser esmiuçado pelo Estado para que todos possam saber de fato se ele é real ou não. Não é só a família de Nestor Vera, cujo assassinato foi confessado por Guerra, que quer conhecer a verdade sobre sua morte. Boa parte da sociedade também quer. E muitas perguntas ainda estão no ar. Nestor Vera teria sido assassinado por Guerra e enterrado em um cemitério clandestino perto da capital mineira. Onde fica esse local?Vai ser escavado? Quando? Já foi cercado e localizado? Por que a demora?
Guerra já fez um apelo para que as autoridades levem a sério seu depoimento e diz ter enorme esperança de achar os restos mortais de Vera. Já que o Estado não tem condições de restituir a vida do militante nem de condenar quem o torturou e executou, tem de assumir a responsabilidade de prover todas as condições para tentar achar a ossada do militante para que ele tenha ao menos um enterro digno. A família Veras já esperou muito.
Alguns apostam que a intenção seria promover o livro, que tem o ex-delegado como personagem principal. Outra teoria dá conta de que ele estaria com problemas mentais e que todas as revelações não passam de delírio. Também há uma corrente que desconfia do fato de ele ter se convertido e virado pastor da Assembleia de Deus. Ou quem sabe tudo isso junto.
O problema é que de louco e aproveitador o ex-delegado parece ter pouco. Pelo contrário, em entrevista esta semana exibida pela TV Brasil, ele aparenta muita lucidez e uma ótima memória. Dá detalhes, cita nomes e locais, conta como matou e ajudou a dar fim em quem militava contra o regime militar.
O depoimento de Guerra tem de ser esmiuçado pelo Estado para que todos possam saber de fato se ele é real ou não. Não é só a família de Nestor Vera, cujo assassinato foi confessado por Guerra, que quer conhecer a verdade sobre sua morte. Boa parte da sociedade também quer. E muitas perguntas ainda estão no ar. Nestor Vera teria sido assassinado por Guerra e enterrado em um cemitério clandestino perto da capital mineira. Onde fica esse local?Vai ser escavado? Quando? Já foi cercado e localizado? Por que a demora?
Guerra já fez um apelo para que as autoridades levem a sério seu depoimento e diz ter enorme esperança de achar os restos mortais de Vera. Já que o Estado não tem condições de restituir a vida do militante nem de condenar quem o torturou e executou, tem de assumir a responsabilidade de prover todas as condições para tentar achar a ossada do militante para que ele tenha ao menos um enterro digno. A família Veras já esperou muito.
Eduardo, Mesmo sabendo de todas as atrocidades cometidas no governo militar, acho esse depoimento "muito oportuno" para a "Comissão da verdade" cujos crimes praticados pelos "companheiros guerrilheiros" não querem apurar. Como dizia minha avó, "nesse angú tem caroço"!!!
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