Sinceramente, ultimamente a política tem tido lances que
tangenciam o absurdo. Necessário admitir que a competição pelo político
comediante do novo século ainda está aberta. O italiano Silvio
Berlusconi e o americano George W. Bush arrancam na frente, embora o
segundo esteja mais adequado aos papéis do tipo sexta-feira 13. Mas as
“armas de destruição em massa” foram, talvez, a maior piada do início
deste século. Pena que custou, e ainda custa, tantas vidas iraquianas.
Apesar
do caráter regional, o ex-senador Demóstenes Torres parecia bom
candidato, mas, precocemente, encerra a sua carreira, para provavelmente
se aposentar no Ministério Público de Goiás. A sua pérola histriônica
é: “Não façam o que fiz”. A piada é boa, mas podia ser melhor.
Não
meus caros leitores, ele não está a se desculpar pelas relações
perigosas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Lamentava a sua
inclemência com o malfeito de seus pares nos tempos em que posava de
vestal no Congresso. Aconselhava aos novos deputados a não exercer a
função de fiscalizar as contas públicas.
Demóstenes quer fazer crer que
foi cassado por pura perseguição dos desafetos de outros tempos. Quer
que esqueçamos tudo o que foi gravado e divulgado de seus diálogos com
Cachoeira e seus asseclas. Alega que não sabia dos negócios ilegais do
contraventor, mas se esquece de que as gravações da Polícia Federal
desmentem essa versão.
Se a versão de Demóstenes como
defesa tangencia o hilário, como conselho faz sentido. Afinal a vida não
tem sido boa para os senadores oposicionistas. Antes de Demóstenes, o
senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) perdeu a eleição e desapareceu do
cenário nacional. A fragilidade da oposição na Câmara e Senado é
evidente e reflete a sua situação na sociedade brasileira. Melhor
conselho teria dado Demóstenes se antes de limpar a casa alheia
mantivesse a sua limpa. Mas o ex-senador é modesto e sabe que no Senado
conselho assim o levaria à condição de piadista do ano. Realista, optou
pela versão moderada. Perdeu os amigos e, principalmente, a boa piada.
Era uma vez uma colônia de ratos, que viviam com medo de um gato. Resolveram fazer uma assembléia para encontrar um jeito de acabar com aquele transtorno. Muitos planos foram discutidos e abandonados. No fim, um jóvem e esperto rato levantou-se e deu uma excelente idéia:
ResponderExcluir-Vamos pendurar uma sineta no pescoço do gato e assim, sempre que ele estiver por perto ouviremos a sineta tocar e poderemos fugir correndo. Todos os ratos bateram palmas; o problema estava resolvido. Vendo aquilo, um velho rato que tinha permanecido calado, levantou-se de seu canto e disse:
- O plano é inteligente e muito bom. Isto com certeza porá fim à nossas preocupações. Só falta uma coisa: quem vai pendurar a sineta no pescoço do gato?