Ironia do destino. O anúncio foi feito em Oslo, como sempre. A
União Europeia, contrariando a maioria das apostas dos analistas
internacionais, ganhou o Prêmio Nobel da Paz. A ironia é o fato de a
Noruega já ter feito dois plebiscitos para aderir ao bloco e, em ambos, a
população ter dito não. E as pesquisas continuam a indicar que dois
terços da população se recusam a participar da integração. Mais curioso
ainda é o momento em que a homenagem chega. Já faz tempo que o bloco
europeu disputa a indicação do Nobel. E o prêmio chega logo agora,
quando ele enfrenta a sua pior crise econômica. Pior: quando ameaça
excluir países como a Grécia caso não cumpram as exigências de corte de
gastos públicos e de benefícios estatais para a população.
Talvez
seja esse o verdadeiro motivo da escolha, a julgar pelas declarações do
presidente da comissão do Nobel, Thorbjoern Jagland: “É uma mensagem
para que a Europa faça todo o possível para garantir o que foi alcançado
até agora”. Sintomático, não? Para despistar, Jagland acrescentou que a
União Europeia foi fundamenlal para a “transformação de continente de
guerras em um continente de paz”. Como o prêmio é para paz, ele deveria
acrescentar: “E tenho dito!”
Se o euro está em crise, é
importante destacar que, apesar das dificuldades econômicas, a
integração europeia tem seus méritos. Não é fácil conciliar os
interesses de 27 países, com culturas e condições de vida tão
diferentes, como a rica e poderosa Alemanha e Estônia e Lituânia, por
exemplo.
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