Com a escolha a dedo dos temas nos discursos e no pronunciamento em
cadeia de rádio e televisão, a campanha eleitoral do ano que vem subiu
nos palanques montados para a festa dos trabalhadores no 1º de Maio. A
presidente Dilma Rousseff (PT) preferiu destacar os avanços sociais e
trabalhistas e o crescimento econômico nos últimos 10 anos, incluindo,
além do seu, o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
quando os índices foram melhores que nos últimos tempos. “O Brasil pode e
deve crescer mais”, enfatizou a presidente, desfilando os números
positivos: 19,3 milhões de novos empregos formais e aumento real de 70%
no salário mínimo. Nada mal.
O contra-ataque da oposição, no
entanto, também procurou colocar o dedo na ferida. Optou por pegar no
calcanhar de aquiles da inflação atual, que assusta e pode jogar por
terra o ganho real de renda conquistado pelos trabalhadores
assalariados. Quem verbalizou a crítica com maior ênfase foi o senador
Aécio Neves (PSDB-MG), na festa da Força Sindical em São Paulo. Não foi
sem razão que o presidente da entidade, o deputado Paulo Pereira da
Silva (PDT-SP), que está pensando em formar um novo partido, convidou os
presidenciáveis. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente
nacional do PSB, deu o bolo. Representando a presidente Dilma Rousseff,
o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho,
rebateu: “Não é verdade que a inflação vai subir. Ela teve, sim, um
pico nos últimos meses e vocês sabem o motivo”.
Então, está tudo
explicado. Quem subiu no palanque presidencial do 1º de Maio não foi
Dilma, não foi Aécio, não foi Eduardo Campos nem Marina Silva. O grande
astro do feriado de quarta-feira foi o senhor “Tomate”, um candidato que
deve ser de esquerda. Afinal, é vermelho e levou os índices
inflacionários para as alturas. Qual será o número do tomate na cédula
eleitoral? Deve ser X%.
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