Vinícius Romão. Ele poderia ter merecido o benefício da duvida. Não mereceu. Foi preso e constrangido. |
Há muitos Vinícius lá dentro da cadeia." Sem intenção de fazer literatura, Vinícius Romão lançou mão de figura de linguagem para traduzir velha realidade que o país teima em não enxergar. Trata-se do desamparo de parcela significativa da população de baixa renda espalhada de norte a sul do Brasil. Sem voz e sem poder de pressão, os pobres se tornam vítimas fáceis do preconceito e do despreparo das autoridades.
O drama de Vinícius Mourão serve de paradigma. Negro, ele pertence a
grupo que exibe o pecado da cor. A pele é suficiente para incriminá-lo.
Eis por que o policial não teve dúvida de prendê-lo quando foi
reconhecido por mulher assaltada em parada de ônibus. Era noite. A
vítima estava visivelmente abalada.
Passados 16 dias, Vinícius foi solto por um Poder Judiciário injusto, nojento e prepotente. A liberdade, porém, não se deveu à apuração dos fatos. Deveu-se à mobilização de familiares e amigos. Pelas redes sociais, eles fizeram campanha que exigia a libertação do presidiário, conhecido por ter atuado na novela Lado a lado, da TV Globo. Os defensores alegavam que o ator protagonizava mais um caso de preconceito.
Vinícius não é o primeiro nem será o último brasileiro a sofrer as injustiças de ideias concebidas nos tempos do Brasil colonial. Mesmo caducos, os conceitos não só se mantiveram, mas também se ampliam. A maior parte dos moradores das senzalas do século 21 é de negros, mas brancos e pardos também estão lá. Une-os um denominador comum — a pobreza. E, com ela, o desamparo.
O caso de Vinícius, embora doloroso, pode ser pedagógico. Ele denuncia práticas que envergonham as consciências civilizadas. Não só pela injustiça de punir inocentes. Mas também por expor, mais uma vez, as condições medievais das penitenciárias brasileiras. Como os hospitais, as escolas e o transporte públicos, os presídios são construídos para pobres. Estão longe de cumprir a função para a qual existem. Vide os mensaleiros.
Passados 16 dias, Vinícius foi solto por um Poder Judiciário injusto, nojento e prepotente. A liberdade, porém, não se deveu à apuração dos fatos. Deveu-se à mobilização de familiares e amigos. Pelas redes sociais, eles fizeram campanha que exigia a libertação do presidiário, conhecido por ter atuado na novela Lado a lado, da TV Globo. Os defensores alegavam que o ator protagonizava mais um caso de preconceito.
Vinícius não é o primeiro nem será o último brasileiro a sofrer as injustiças de ideias concebidas nos tempos do Brasil colonial. Mesmo caducos, os conceitos não só se mantiveram, mas também se ampliam. A maior parte dos moradores das senzalas do século 21 é de negros, mas brancos e pardos também estão lá. Une-os um denominador comum — a pobreza. E, com ela, o desamparo.
O caso de Vinícius, embora doloroso, pode ser pedagógico. Ele denuncia práticas que envergonham as consciências civilizadas. Não só pela injustiça de punir inocentes. Mas também por expor, mais uma vez, as condições medievais das penitenciárias brasileiras. Como os hospitais, as escolas e o transporte públicos, os presídios são construídos para pobres. Estão longe de cumprir a função para a qual existem. Vide os mensaleiros.
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