Primeiro foi a indústria, em especial a automobilística, carro-chefe do setor, que anunciou demissões mesmo tendo diminuído o impacto com a concessão de férias especialmente nas montadoras (férias premiadas!). Só que a cadeia é enorme. É preciso incluir as fábricas de autopeças, de pneus, de rádios para automóveis e por aí vai, das quais não há informação precisa. O impacto não fica apenas nas instalações onde os caminhões e automóveis são montados.
Agora, é o comércio, grande contratador de pessoal. O dado é oficial, do próprio governo. O primeiro semestre deste ano fechou com 83,6 mil trabalhadores no olho da rua. Informação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. E olha que ele só leva em conta quem tinha mais de um ano de carteira assinada. O número pode ser bem maior, especialmente porque os empregos informais são os primeiros a ser atingidos.
O que tem isso a ver com a política? É o possível impacto no cenário eleitoral. Só na capital do maior colégio eleitoral do país, o paulista, foram 63,3 mil demissões. O dado oficial do governo vai até junho. E a Associação Comercial de São Paulo registrou que em julho o ritmo de faturamento, também na capital paulista, caiu 1,6%. E os lojistas reclamam que o Dia dos Pais, em agosto, não foi dos melhores. Muito antes pelo contrário. O mau humor dos trabalhadores, temerosos de ficarem desempregados, pode ser uma das explicações sobre o alto índice de indecisos e de eleitores que dizem que votarão em branco ou anularão o voto nas pesquisas país afora.
Já foi dito aqui, mas não custa repetir. O instinto político de Lula insiste faz tempo com mudanças na equipe econômica. A presidente Dilma Rousseff (PT) resistiu e continua resistindo. Quem não está resistindo mesmo é a economia brasileira.
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