Quem em sã consciência vai fazer uma cirurgia para perder o olho ou a visão? Ninguém, é a resposta. Mas, por se tratar de uma cirurgia gratuita (para o paciente, pois ela é bem paga aos médicos e hospitais com o dinheiro do cidadão pagante de impostos), muita gente se arrisca.
Infelizmente, o mutirão de cirurgias de cataratas ocorrido no último dia 30 de janeiro no Hospital de Clínicas do Alvarenga, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, foi uma tragédia. Infectou 21 dos 27 pacientes que se submeteram ao procedimento. Dez das vítimas tiveram os globos oculares extraídos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Outros correm o risco de perder a visão.
A secretária da Saúde do município, Odete Gialdi, disse que foi um ‘evento adverso’, e que as cirurgias são feitas por uma equipe terceirizada, que tem contrato com o município há dois anos. Esses funcionários usam o hospital da prefeitura, mas equipamentos e insumos próprios. Procurado a dar explicações, o Instituto de Oftalmologia da Baixada Santista, responsável pelos procedimentos, não se manifestou. Já o médico que fez as cirurgias disse que todas as explicações seriam dadas pela Secretaria de Saúde.
Onde está o ministro da Saúde em uma hora dessas, que não vem a público exigir seriedade e responsabilidade das pessoas envolvidas nessas cirurgias? Porque as pessoas são pobres e indefesas elas não merecem um atendimento de primeira? Se essas cirurgias tivessem sido realizadas no Hospital Sírio-Libanês, essas pessoas estariam cegas ou sem seus olhos? Um descaso, uma afronta, o que esses governantes, que dizem governar para o povo, fazem com essas pessoas. Não tenho parentes nem procuração para defendê-las, mas é preciso mostrar indignação!
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