Gostaria de tocar numa das maiores feridas da classe médica: a escrita inelegivel nos receituários. A angustia e a confusão que esses profissionais nos causam são de impressionar. Principalmente nos servicos públicos de saúde, onde o cliente quasse sempre nao passa de um número no mapa de atendimento.
Recentemente, ao levar meu filho ao medico, este nos deu uma receita. Confiei e nao perguntei o nome do medicamento. A prescricao era para urn anti-inflamatório chamado Cataflan, mas, na farmacia, o atendente leu Cenalflan, um composto multivitaminado, e durante dias, meu filho, um autista, tomou o remédio errado.
Immaginem doentes chegando a uma CTI sem que os medicos plantonistas consigam decifrar a medicacão em uso. Se o doente estiver inconsciente, ai entao a coisa passa a ser de vida ou de morte.
Acredito já ter existido muito mais casos trágicos do que engracados neste denominador comum, mas o que preocupa é a irresponsabilidade de um medico em respeitar seus clientes, com boa escrita e orientacão precisa. Ora, ninguem tem a obrigacão de saber criptografia, ou tem?
A impressao que tenho é que o medico pode esconder dentro de sua propria ortografia o medo de ser preciso, claro e objetivo perante seu cliente e seus familiares. Tanto é verdade que basta conferir a assinatura de um médico, principalmente na rede oficial de saúde, para se perceber que não há como saber quem assinou a receita. Simples negligencia ou preguica mesmo?
Todos nos sabemos que aquilo que esta escrito tem peso moral e jurídico, muito mais do que aquilo que se fala. Nesse caso, podemos concluir que alguns médicos não tem convicção daquilo que escrevem. Por que será que o médico escreve com tanto malabarismo e tem tanto desinteresse para com a "arte de se escrever a mao?".
Jamais consegui entender tal situacao, ou melhor, esta maldita tradição da qual ninguem se dispõe a falar publicamente.
Considero a escrita médica uma doenca crônica, e, por isso mesmo, fica aqui uma cutucada — talvez uma advertência para os nossos legisladores, faculdades e para o CREMERJ tratem o assunto corn a seriedade que ele requer.
Hoje, qualquer médico pode ter um computador, uma boa impressora, papel bonito e enfeitado. Mas, para aqueles que dizem que nao podem ter, pelo menos uma maquina de escrever.
0 médico tem que escrever bem, corn limpidez e de forma legivel para o bem de seus clientes. Afinal, o restabelecimento da saude deles é o que realmente deveria interessar ao profissional de medicina!
Obs.: O Dr. Nelson Arthur é exceção (e não excessão!)!
ExceSSão????!!!! Fujam todos para as colinas....
ResponderExcluirEstamos mesmo perdidos: a letra feia do médico pode matar um paciente, mas o que dizer de um jornalista que assassina a gramática?
Em primeiro lugar, devo dizer que o pior tipo de pessoa é aquela que dá o tapa e esconde a mão, ou seja, prefere assinar uma crítica como "anônimo", porque não se garante, tem personalidade fraca. Em segundo, Sr. Anônimo, só erra na escrita, quem escreve. So erra na fala, quem fala e por ai vai... Mas o importante mesmo, é o objeto da obra, e não uma palavra escrita errada. Você poderá até me corrigir, td bem! Mas, o importante mesmo é saber meditar sobre o assunto e dar sua opinião. Coisa que os animais,(e você!), não sabem fazer...
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