Eu quero que meu olho direito fique vermelho se eu estiver mentindo! |
Foi a crônica da blindagem anunciada. O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, (aquele que desviou cerca de 26 milhões para Pernambuco, cujo governador é o presidente do seu partido o PSB!) pouco foi atacado no depoimento de horas que prestou na Comissão Representativa do Congresso. Era previsível. O governo correu para que ele desse suas explicações aproveitando o recesso parlamentar. Assim, com a Casa esvaziada, o resultado não poderia ser diferente. O depoimento acabou virando palanque para Bezerra reclamar que as denúncias de irregularidades e de nepotismo que sofreu tinham, na verdade, o PSB, seu partido, como alvo. Só faltou dizer que é vítima de ações de petistas interessados em assumir o posto, já que a Integração Nacional é uma das pastas mais cobiçadas da Esplanada, por causa dos fartos recursos para obras.
Não foi à toa que o líder do PT no Senado, Humberto Costa, que também é de Pernambuco, saiu em defesa do conterrâneo. Só que mudou o motivo. Para Costa, Bezerra tem sido vítima “pelo fato de ser nordestino”. Só faltava essa. Na briga política, não há espaço para esse tipo de preconceito. O que move os alimentadores de acusações contra o ministro é o interesse pelo seu ministério. Se fosse um político do Rio Grande do Sul no cargo e estivesse na mesma situação, será que Humberto Costa iria dizer que ele era “vítima por ser gaúcho”?
Partiu do Palácio do Planalto a ordem para que a base governista blindasse o ministro durante o seu depoimento. A presidente Dilma Rousseff sabe que não pode se arriscar a melindrar o PSB, que cresceu muito nas últimas eleições e é forte em estados importantes. Afinal, os socialistas transitam bem tanto com os petistas quanto com os tucanos. E 2014 promete uma disputa mais acirrada do que a de 2010. Não dá para correr o risco de perder um aliado tão importante, com influência em outros estados do Nordeste. Portanto, não são os ataques que visaram os nordestinos. Foi a defesa que mirou nos nordestinos, nos votos dos nordestinos.
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