O dia começou cedo para a presidente Dilma Rousseff. Ela foi a principal homenageada em sessão conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados. Ela recebeu o Prêmio Bertha Lutz, em comemoração atrasada do Dia Internacional da Mulher no Congresso. Antes, porém, acordou cedo para uma conversa de mais de uma hora com o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que foi oficialmente comunicado de sua saída da liderança do governo na Câmara. Saída, aliás, que muita gente já sabia de véspera, inclusive o próprio Vaccarezza, ainda que não oficialmente. O petista de São Paulo deu sinais de que não ficou satisfeito, mas Dilma quer mesmo mudar.
A presidente já tinha trocado o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), um sobrevivente desde o governo Fernando Henrique Cardoso. Ele foi substituído pelo senador Eduardo Braga (PMDB-AM), que é da ala peemedebista independente da comandada por Renan Calheiros (PMDB-AL), Jucá e pelo próprio presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Na Câmara dos Deputados, o novo líder do governo será Arlindo Chinaglia (PT-SP), da corrente Movimento PT, que não é a majoritária no partido, papel exercido pela Construindo um Novo Brasil. Chinaglia, no entanto, é ex-presidente da Casa e deve contornar a situação. Não sofrerá oposição interna, mas terá de organizar a relação com os outros partidos da base aliada ao Palácio do Planalto.
São mudanças profundas que precisarão ser decantadas com o tempo para ver se surtiram efeito. O fato é que a presidente Dilma, mais uma vez, imprimiu o seu estilo, cada vez mais diferente do jeito Lula de ser no governo anterior. Mas tudo isso, com infecção na garganta ou não, deve ter sido previamente combinado com o ex-presidente. Afinal, é conselho que não custa pedir.
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