Não foi por falta de insistência, mas a base aliada ao Palácio do Planalto não conseguiu se entender ontem. O líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), bem que tentou fingir que não era com ele, mas foi derrotado na votação da medida provisória que incluiu as áreas mineira e capixaba na zona de incentivos fiscais para a indústria automotiva, que antes só beneficiava o Norte, Nordeste e Centro-Oeste. É aquela MP que o ex-presidente Lula editou só para levar a fábrica da Fiat para Pernambuco. No fim, foi uma goleada.
A votação era para ter sido concluída na terça-feira, mas o governo impediu e forçou uma reunião extraordinária ontem de manhã. E ela entrou pela tarde adentro. Vaccarezza chegou a pedir um destaque para votação em separado da emenda. E com requerimento de votação nominal. Quando viu que o palácio iria perder no voto, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) retirou o pedido de votação nominal. A presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Rose de Freitas (DEM-ES) chegou a dar a vitória aos mineiros. Só que o deputado José Guimarães (PT-CE) tinha feito outro pedido de votação em separado. Consultadas as notas taquigráficas, a proposta teve de ser mais uma vez submetida a voto.
A insistência rendeu a primeira derrota do governo em plenário. E de goleada. No bate-cabeça da base aliada ao Palácio do Planalto, até a liderança do PT liberou a bancada. Resultado: 333 votos pela extensão dos incentivos a Minas e ao Espírito Santo contra 41. Números eloquentes, que Vaccarezza tenta disfarçar. Só que não tem jeito. O governo tomou uma invertida.
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