Por que a crise nos Estados Unidos “não” assusta tanto os nobres parlamentares brasileiros? É porque eles têm mais, muito mais, com o que se preocupar. Se a crise atinge os EUA e a Europa, a deles está na Esplanada dos Ministérios. A cada dia, uma pasta é alvejada. Já foi a Agricultura, agora é o Turismo, na Defesa o ex-ministro Nelson Jobim praticamente pediu para sair, como diria o Capitão Nascimento, e por aí vai. A presidente Dilma Rousseff disse que a crise não deve atingir o Brasil. A econômica, que fique bem claro. A política ainda aguarda os próximos e emocionantes capítulos.
Na questão do Turismo, a Polícia Federal fez uma grande operação com 38 mandados de prisão. A suspeita é de um desvio de 3 milhões, o que seria pouco para a quantidade de gente detida e para os padrões da corrupção no Brasil. Olha que absurdo. É claro que um real subtraído dos cofres públicos já seria motivo para que o responsável fosse preso. O problema é que a corrupção está se banalizando, tantos são os escândalos, tantos são os milhões de reais envolvidos. E, a cada dia que passa, algum político envolvido respira aliviado, porque o seu próprio problema fica esquecido, substituído por um novo. Onde está no noticiário o escândalo do PR que derrubou o ministro Alfredo Nascimento? Sumiu.
Enfim, desta vez, o que está de volta são as emendas parlamentares. Aquelas que, no mesmo Ministério do Turismo, financiaram festas e shows superfaturados aqui em Minas Gerais e pelo país afora. O que aconteceu? Quase nada. No Amapá, com ramificações em São Paulo e Brasília, a operação da PF ganhou dimensão por envolver secretário e ex-secretário-executivo do ministério. São os vice-ministros. Não fosse isso, era notícia de pé de página.
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